Até terça-feira (20), a Justiça americana anunciará se José Maria Marin, condenado e sentenciado a quatro anos de prisão nos Estados Unidos por corrupção, terá de restituir algum valor à Fifa e Conmebol. As entidades buscam recuperar os valores que ele e o o ex-presidente da Conmebol, Juan Angel Napout, causaram como prejuízo.
Os procuradores americanos calcularam que os dois deveriam pagar cerca de US$ 55 milhões para ressarcir as entidades por conta do dano causado por cobranças de propina. Entretanto, em outubro, durante uma audiência do caso, a juíza Pamela Chan adiantou que é praticamente impossível que os valores cobrados sejam atendidos em sua totalidade.
A Conmebol calcula que deveria receber US$ 93,7 milhões e a Fifa mais de US$ 28 milhões. Um dos argumentos das entidades para chegar a estes números é de que elas foram obrigadas a investir milhões de dólares em investigações internas após os escândalos de corrupção de 2015.
A defesa de Napout argumentou que alguns custos que não teriam qualquer relação com os dirigentes sul-americanos estariam sendo incluídos na conta. A Fifa replicou alegando que foi obrigada, pelos procuradores americanos, a conduzir investigações internas e que não tinham como saber previamente o que era relacionado com Marin.
Para resolver a situação, a Justiça americana exigiu a apresentação das notas fiscais e recibos dos supostos gastos que teve com as investigações de Marin e Napout, além das provas de que os dois teriam uma relação direta com as solicitações.
Em agosto, a juíza decretou ao ex-dirigente brasileiro que ele pagasse US$ 1,2 milhão. Além disso, também foi multado em US$ 3,35 milhões por participação em esquema que recebeu 3,3 milhões de dólares em propinas de empresas de marketing esportivo em troca da concessão de contratos para a transmissão das copas Libertadores, América e do Brasil, além de ter buscado obter mais de 10 milhões de dólares em subornos em três anos.