A ex-ginasta Laís Souza ajudou o Brasil a alcançar resultados históricos nas Olimpíadas de 2004 e 2008. Em 2012, foi cortada da delegação brasileira por uma fratura na mão. Em 27 de janeiro de 2014, quando treinava para representar o país em uma nova modalidade, o esqui aéreo, nas Olimpíadas de Inverno, sofreu um acidente que a deixou tetraplégica e mudou sua vida.
Hoje, quase cinco anos depois, Laís apresentou evoluções importantes. Faz duas ou três sessões de fisioterapia por semana e já postou até mesmo um vídeo em que consegue ficar de pé com a ajuda de aparelhos.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, a ex-atleta, que mora em Vila Velha no Espírito Santo e está sempre acompanhada de um cuidador, falou sobre a vida após a lesão na terceira vértebra da coluna cervical, que tirou os movimentos, a sensibilidade e o controle de todos os órgãos abaixo do pescoço. Para seguir no esporte, pensou em tentar alguma modalidade paraolímpica, mas esbarrou nas dificuldades:
— No começo, pensei: vou entrar de cabeça, vou me adaptar a algum esporte que me faça voltar àquele mundo. Mas hoje, depois de muito tempo de cadeira de rodas, do acidente, cai a ficha de muitas coisas. Da minha situação, da minha vida e da minha renda também. Eu não sei se vou voltar para o esporte.
Ao lado de sua esposa, seu cachorro e seu gato, Laís já começou a montar sua família, mas ainda sonha em ter filhos.
— Quero muito, muito, muito. Não sei se minha saúde vai aguentar isso, mas quero muito, muito, muito.
A ex-ginasta carrega consigo a angústia da preocupação financeira. O custo para manter o padrão de vida é alto. Ela recebe uma aposentadoria especial aprovada pelo governo federal de cerca de R$ 5,6 , é patrocinada por uma universidade e faz palestras. Apesar de tudo, garante que vive a fase mais feliz desde o acidente.