Depois que Donald Trump criticou LeBron James por dizer que o presidente alimenta a divisão racial nos Estados Unidos, o astro da NBA recebeu amplo apoio, inclusive o da própria esposa do presidente, Melania Trump.
Em uma entrevista na terça-feira, também exibida na sexta-feira à noite, o jogador de Los Angeles Lakers e filantropo James afirmou ao canal CNN acreditar que Trump "está tentando dividir" os Estados Unidos.
— Ele tem usado o esporte para... nos dividir e isto é algo que não consigo entender, porque sei que foi pelo esporte que estive perto de um branco pela primeira vez — disse LeBron James, que na segunda-feira inaugurou uma escola do ensino fundamental em sua cidade natal Akron, em Ohio.
Durante o restante da semana, Trump permaneceu em silêncio, até sexta-feira à noite, quando finalmente fez seu ataque no Twitter.
— LeBron James foi entrevistado pelo homem mais idiota da televisão, (o apresentador da CNN) Don Lemon. Ele fez com que Lebron parecesse inteligente, o que não é fácil de conseguir — escreveu o presidente na rede social.
O comentário gerou a imediata reação dos seguidores de James, mas o apoio mais surpreendente foi o da primeira-dama, Melania Trump. Citada pela CNN, Stephanie Grisham, porta-voz de Melania Trump, afirmou que LeBron James parece estar "trabalhando para fazer coisas boas para nossa próxima geração".
— Como sempre faz, a primeira-dama estimula todos a ter um diálogo aberto sobre os problemas enfrentados pelas crianças atualmente — disse.
Grisham acrescentou que Melania Trump "estaria disposta a visitar" a nova escola de James.
Don Lemon, que entrevistou James, também incluiu a primeira-dama na discussão. "Quem é o idiota? Um homem que coloca as crianças nas salas de aula ou o que as coloca em jaulas? #BeBest", tuitou o apresentador, usando a hashtag da campanha de conscientização sobre o bem-estar dos jovens promovida por Melania Trump para combater o ciberbullying.
Mensagens de apoio
A candidata democrata derrotada por Trump, Hillary Clinton, também saiu em defesa do atleta ao defini-lo como um "grande homem de família e um jogador incrível, que devolve à comunidade e não tem medo de dizer o que pensa".
"É um atleta de nível internacional, com atos de grande qualidade. Precisamos de mais homens como ele no mundo", tuitou Hillary.
Personalidades do esporte americano também apoiaram LeBron James.
"Continue fazendo @KingJames!", escreveu no Twitter o astro do Golden State Warriors Stephen Curry.
Bobby Wagner, da equipe de futebol americano Seattle Seahawks, enviou uma mensagem: "Nós te apoiamos @KingJames Parece que alguém gostaria de ser você".
Até o maior nome da história da NBA, Michael Jordan — conhecido por evitar comentários políticos — entrou na discussão, depois que Trump encerrou seu tuíte de críticas a LeBron com a frase: "Eu gosto do Mike".
"Eu apoio LJ. Ele está fazendo um trabalho fantástico para sua comunidade", afirmou em um comunicado o agora dono do Charlotte Hornets, da NBA.
"King" James, no entanto, optou por não dar continuidade à disputa na rede social. No sábado ele tuitou apenas uma foto dos estudantes em sua nova escola com a mensagem: "Vamos, garotos! Amo vocês".
A polêmica do fim de semana foi a mais recente de uma longa disputa entre James e o presidente.
Em junho, Trump anunciou que nem o Cleveland Cavaliers — equipe anterior de James — nem o Golden State Warriors seriam convidados para a Casa Branca após as finais da NBA.
Ele respondeu desta maneira aos astros das duas equipes, na época James e Curry, que anunciaram com antecedência que não compareceriam a uma recepção na Casa Branca.
Depois disso, James chamou Trump de "vagabundo".