As ginastas norte-americanas campeãs olímpicas, Kyla Ross e Madison Kocian revelaram, nesta quinta-feira (16), que também foram molestadas pelo ex-médico da seleção de ginástica dos Estados Unidos, Larry Nassar, que somou até 360 anos de prisão em três condenações por pornografia infantil e abusos sexuais.
Campeã olímpica por equipes em Londres 2012 e dona de cinco medalhas em Mundiais, Ross falou deu seu depoimento sobre o assunto.
— No começo, escutando todas as notícias sobre Larry, eu realmente estava em negação do que tinha acontecido comigo. Quando tinha 13 anos e aconteceu pela primeira vez, acreditei que era uma forma legítima de tratamento, mas com o passar dos anos e escutando os depoimentos de impacto de todas as garotas, eu percebi que algo terrível tinha acontecido conosco - disse.
Madison, campeã olímpica por equipes e vice das barras assimétricas na Rio 2016 e dona de três medalhas de ouros em Mundiais, revelou que não tinha a real noção do que ocorria. Entendia a situação como normal, sem suspeitar de qualquer movimento do ex-médico. Além disso, a atleta disse que caso alguém falasse, poderia sofrer consequências profissionais.
— Era tão normalizado que, entre nós, não víamos a diferença. Nos era dito que era um procedimento médico. Muitas de nós tínhamos lesões nas costas ou nas coxas. Ele era nossa única opção, porque era o médico da nossa seleção. Aquele era nosso único caminho para alcançar o sonho olímpico. Então, quem falasse provavelmente não seria considerada para a equipe - disse Madison Kocian.
Além das suas atletas, já somam sete campeãs olímpicas que revelaram serem vítimas de Larry Nassar. Simone Biles, Aly Raisman, Gabby Douglas, McKayla Maroney e Jordyn Wieber também estão entre as mais de 200 sobreviventes