Luiz Felipe Scolari foi apresentado nesta sexta-feira (3) como novo técnico do Palmeiras, sua terceira passagem pelo clube. Aos 69 anos, o treinador mostrou bom humor durante os 40 minutos de entrevista e revelou que levou um susto quando recebeu o convite para voltar "à sua casa". Sobre o trabalho que deseja fazer, o gaúcho avisou que o time terá que "ter vontade de jogar futebol".
— Eu dormia em Cascais (em Portugal), era madrugada, quando o Alexandre (Mattos) conversou comigo, eu estava um pouco assustado (risos). Vi a possibilidade de voltar a partir daí. Mas como não imaginava esta situação e estava vivendo uma outra situação de entendimentos com seleções, voltei à cama e não dormi mais — afirmou o treinador.
— Depois pensando fui vendo que tinha uma possibilidade de voltar ao Palmeiras e uma equipe que tenho uma identificação, todos sabem que tenho identificação com o Palmeiras, com a torcida, então projetamos para o dia seguinte o primeiro contato e depois seguimos uma situação normal. Posso dizer que estou muito feliz por retornar à minha casa — comemorou.
O presidente Maurício Galiotte foi quem apresentou o novo treinador e ficou na sala de imprensa, assistindo à entrevista, acompanhado pelo diretor de futebol Alexandre Mattos. Felipão assinou contrato por dois anos e meio, até o fim de 2020, e afirmou que encontrou um clube bem diferente daquele que deixou, campeão da Copa do Brasil, mas lutando para não cair.
— Quando aqui estive da última vez, éramos uma equipe itinerante, jogávamos em Presidente Prudente, no campo da Portuguesa... hoje temos um estádio maravilhoso, uma estrutura que posso dizer que vive assim em Londres, com o Chelsea, e mais nenhum lugar. É espetacular, tudo que o Palmeiras hoje possui ao treinador e aos seus jogadores. O elenco é muito bom — analisou.
Se da última vez teve de cobrar publicamente reforços de nome, desta vez Scolari encontrará um grupo bastante elogiado.
— Se tivesse camarão todo dia em casa eu ia comer, mas é muito caro, não dá. Vamos ver se a gente consegue aquilo que é o normal que o Palmeiras estar pleiteando, chegar às finais dos campeonatos. E eu acho que posso passar aos atletas, esta vontade para chegar, com estudo, treino e dedicação. Isto tudo o Palmeiras tem com seus jogadores — reforçou o técnico, que disse qual postura vai querer de seus atletas:
— Não é só jogar futebol, é ter vontade de jogar futebol. Ninguém nasceu palmeirense, mas precisa gostar desta camisa, estamos aqui para defender a camisa do Palmeiras e vamos até o fim. Vou respaldá-los de qualquer coisa, desde que eu olhe nos olhos dos atletas que posso ter este retorno. Pelo que o Paulo (Turra) e o Carlão estão passando, vamos ter um bom relacionamento, com a equipe que estará brigando sempre pelos ideais que imaginamos do Palmeiras daqui para frente nas três competições — finalizou.