Depois que o árbitro Néstor Pitana encerrar a Copa do Mundo, mais ou menos naquela hora que o Faustão falar algo como "Aííííí garotoooooo", você vai se lembrar deste texto.
O fim do Mundial, a voz do domingo e aquela sensação de comilança farão recordar que tudo foi muito rápido, que poderíamos ter sido nós na decisão, que valeu a pena cada manhã e tarde em que esquecemos tudo lá fora e nos dedicamos a ver o melhor do futebol.
E depois da breve nostalgia, será a vez de perceber que ainda falta meio ano, o Brasileirão recomeça em breve, Copa do Brasil e Libertadores também e tudo mais.
E, se achava que já tinha sofrido bastante com a turma de Tite, que nada. Agora, mesmo, é que vêm a dor e a glória, para torcedores e secadores. E para quem ficou totalmente imerso no maravilhoso mundo da Copa e se esqueceu de como está tudo aqui fora, mais perdido do que o Fernandinho marcando escanteio, não se preocupe. Abaixo, atualizaremos sobre tudo o que rolou no futebol brasileiro.
Foi-se o goleador
O cidadão da foto é o goleador do Brasileirão. Nas primeiras 12 rodadas, Roger Guedes, marcou nove gols pelo Atlético-MG. E vai parar por aí. Ele é mais uma promessa a deixar o país para forrar os bolsos na Ásia. Os chineses do Shandong Luneng desembolsaram 9,5 milhões de euros (algo como R$ 43 milhões).
O valor foi distribuido entre três clubes que detinham alguma parte de seus direitos: o Atlético-MG levou (R$ 11 milhões), o Palmeiras (R$ 20 milhões) e o Criciúma (R$ 12 milhões). No time chinês ele terá como companheiros de ataque o italiano Graziano Pellé e o brasileiro Diego Tardelli, além do zagueiro Gil.
Mas nem só de saídas viveu o futebol brasileiro. Há novos reforços chegando também. O Santos contratou o costarriquenho Bryan Ruiz, do Sporting. O São Paulo apresentou o lateral Bruno Peres, ex-Roma. No Flamengo, o reforço foi Fernando Uribe, colombiano do Toluca-MEX.
Os árabes sacodem o futebol brasileiro
Teve uma época em que foi a China, em outros tempos foi o México, antes ainda o Japão. Agora, os algozes do futebol brasileiro, junto aos europeus, são os árabes. Até quando não estão na Arábia. Mas isso será explicado no quadro ao lado. Por enquanto, vamos aos que estão no Oriente Médio mesmo.
Depois de um ostracismo no cenário mundial, os xeques resolveram gostar de futebol de novo. Para isso, trataram de valorizar os times locais, seduzindo destaques do Brasil com petrodólares e levando-os para lá.
Só para a liga saudita ou para a dos Emirados Árabes, foram embora: Jonas (Flamengo), Yago, Otero e Cazares (Atlético-MG), Petros, Marcos Guilherme e Valdívia (São Paulo), Anselmo (Sport), entre outros. E o mercado deve seguir aquecido já que a janela de transferências da Arábia Saudita vai até 23 de agosto, e a dos Emirados, até 2 de outubro.
Mistura do Brasil com o Egito
Não bastasse os zilionários clubes árabes virem aqui, agora um zilionário homem árabe está levando os brasileiros para outro mercado. O mais novo abonado é Turki al-Sheikh, dono do Al Ahram FC, apelidado de Pyramids.
O time fica na cidade de Assiut, localizada a 400 quilômetros ao sul de Cairo, e quer ser a nova potência africana no futebol. Para isso, investiu no Brasil. Contratou o treinador do Botafogo Alberto Valentim e levou nada menos do que quatro jogadores: Keno (Palmeiras), Carlos Eduardo (Goiás), Arthur (Chapecoense) e Ribamar (Atlético-PR).
Talento precoce no Real Madrid
A notícia acabou em segundo plano por causa do terremoto Cristiano Ronaldo na Juventus. Mas o Real Madrid levou um projeto de craque do Brasil.
Com 18 anos completados na quinta-feira, Vinícius Junior deixou o Flamengo e se mandou na sexta-feira para a capital espanhola. O clube merengue desembolsou em torno de 45 milhões de euros (cerca R$ 146 milhões) pelo atacante.
Gringos nos ataques mineiros
Os mineiros investiram em atacantes estrangeiros para o segundo semestre. O Cruzeiro contratou o centroavante argentino Hernán Barcos, que estava na LDU. O Atlético-MG trouxe o colombiano Yimmi Chará, ex-Junior de Barranquilla.
Fim do tiki-taka no Furacão
A tentativa de implementar um tiki-taka à brasileira na Série A morreu como costumam morrer os projetos do futebol brasileiro. Fernando Diniz, técnico do Atlético-PR, foi demitido após o mau começo.
A decisão abalou tanto o dirigente Mário Celso Petraglia que ele pediu para sair do clube – e ficar só no conselho. Quem assume é o gaúcho Tiago Nunes, ex-Juventude, Riograndense-SM, São Paulo-RG, Veranópolis e outros.
Desmanche no campeão
A saída do técnico Fábio Carille foi ainda antes da Copa, vocês lembram. Mas o campeão brasileiro passou por um verdadeiro desmanche na parada.
Saíram do time o zagueiro Balbuena, os laterais Sidcley e Léo Príncipe, o volante Maycon e o atacante Kazim. E ainda há fortes especulações por Fágner e Rodriguinho.
Pelotas e Aimoré no Gauchão
Aqui no Rio Grande do Sul, enquanto a Copa do Mundo rolava, o Pelotas conquistava a Divisão de Acesso. O título veio sobre o Aimoré, que também estará no Gauchão do ano que vem.
O problema é que a torcida do clube da Zona Sul não soube comemorar a conquista e fez arruaça na Boca do Lobo e em Bento Gonçalves (nas quartas de final).
Julgado no TJD, o Pelotas pegou sete jogos de punição sem poder atuar em seu estádio – a ser cumprido no Estadual de 2019. Ou seja, todos. O clube recorre. Reverter é possível, mas não garantido.