O ex-jogador Pelé confirmou nesta terça-feira ter tido contato com o senegalês Lamine Diack, suspeito de receber propina para eleger o Rio de Janeiro como sede olímpica dos Jogos de 2016. Mas o brasileiro afirmou desconhecer qualquer troca de favores entre o africano e os dirigentes brasileiros. Ele prestou depoimento ao juiz Marcelo Bretas, uma vez que é testemunha de defesa de Carlos Arthur Nuzman no caso.
Pelé, hoje aos 77 anos, foi embaixador da campanha brasileira e realizou diversas viagens para fazer propaganda do país. Ele descreveu Lamine como um "apaixonado pelo Brasil". A capital fluminense venceu a disputa em 2009.
– Lembro que era do Senegal, apaixonado pelo Brasil, pelo futebol, pelo Pelé. Tive oportunidade de conhecer – disse Pelé, que foi questionado especificamente sobre a suposta propina.
– Pode ter sido em particular, comigo não – afirmou.
A investigação da Polícia Federal, que teve início em parceria com o Ministério Público da França no ano passado, apontou indícios de que Nuzman, ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), teria atuado como ponte para unir o empresário brasileiro Arthur Soares e dirigentes com poder de voto na eleição sobre a sede olímpica.
Os trabalhos concluíram que foram pagos US$ 2 milhões em propina para o senegalês Lamine Diack, ex-membro do Comitê Olímpico Internacional (COI).
– Os depoimentos hoje prestados foram bastante firmes no sentido de atestar a dedicação, a correção e o empenho de Carlos Arthur Nuzman em tornar realidade o que seria um sonho. Cada vez mais a acusação se enfraquece com a contundência da prova francamente favorável à defesa – informou a defesa de Nuzman, composta pelos advogados Nelio Machado e João Francisco Neto.