A direção da Roma teve que dar explicações sobre por que negociou o craque Mohamed Salah para o Liverpool, no início da temporada. As cobranças ocorreram logo após o egípcio marcar dois gols e dar duas assistências na goleada de 5 a 2 aplicada pelo clube inglês nos italianos, no jogo ida da semifinal da Liga dos Campeões, nesta terça (24).
Caso a negociação não tivesse ocorrido, Salah poderia estar desequilibrando o jogo em favor da Roma, e não dos ingleses. Porém, o diretor esportivo dos Giallorossi, Ramón Rodríguez Verdejo, o Monchi, disse, em entrevista à rádio espanhola Onda Cero, que não tinha outra alternativa, por conta das regras de Fair Play Financeiro da Uefa.
— Quem vendeu o Salah fui eu, tenho que assumir a realidade. O vendi por um pouco mais de € 42 milhões (cerca R$ 178 milhões), mas há uma explicação. Nós tínhamos que vender sim ou sim antes de 30 de junho, e se não tivéssemos feito, não estaríamos nestas semifinais. Tínhamos um controle da Uefa muito exigente e havia a necessidade de vender. Quando cheguei, havia uma oferta de € 30 milhões (R$ 128 milhões), e praticamente chegamos aos € 50 milhões (R$ 212 milhões) com os bônus. Era o que podíamos fazer — defendeu-se Monchi.
O dirigente ainda disse que a vontade de Salah de se transferir para o Liverpool tornou impossível qualquer possibilidade de manter o atleta na Roma.
— Parabéns ao Liverpool por tê-lo comprado. Nós não tínhamos outra solução, pois ele queria ir e tínhamos que fazer isso antes de 30 de junho. Lamentavelmente, hoje sofremos por sua qualidade. Não descobrimos isso hoje. Eu já sofri com ele no Sevilla, quando ele jogava na Fiorentina. É um jogador muito forte — finalizou Ramón Rodríguez, dirigente que ganhou fama pelo trabalho desenvolvido no Sevilla, antes de assumir o cargo na Roma.