É possível quem nenhum campeão gaúcho tenha tido uma arrancada tão ruim quanto a do Novo Hamburgo em 2018. Nas duas primeiras rodadas, o time que encantou o Estado em 2017 acabou goleado — dois 3 a 0, diante de Caxias e Inter. No momento, é lanterna da competição.
Vencedor no ano passado, o técnico Beto Campos voltou ao Estádio do Vale após passagens por Náutico e Criciúma. Ele enumera alguns fatores para o começo preocupante, diz que ainda não pensa em rebaixamento e não se sente ameaçado no cargo, mas enfatiza que seu time precisa começar a pontuar. A primeira oportunidade é na noite desta quarta, quando o Noia vai ao Passo D'Areia encarar o São José, partida que vale pelo Gauchão e também pela Recopa Gaúcha.
O Novo Hamburgo, atual campeão, é lanterna do campeonato. O que falar sobre esse começo?
Não queríamos né, a gente sabe que mudou muito da equipe campeã, mais de 60%. Nesses primeiros jogos, a gente contou com quatro atletas que foram campeões. Também tinha colocado para a direção que nas primeiras quatro rodadas teríamos adversários fortes (Caxias, Inter, São José e Juventude). E nesses quatro jogos, só um em casa, que era contra o Inter. O que nos preocupou foram os seis gols. Repetimos alguns erros. Também poderíamos ter feitos gols, tivemos oportunidades. Com treinamentos e reuniões com os atletas, a gente espera contar com resultados melhores a partir desta quarta (contra o São José). Cabe a nós melhorar essa situação.
O Gauchão é curto. Vocês está assustado com o fantasma do rebaixamento?
Desde que começamos a montar esse grupo, sempre falamos, o Novo Hamburgo é uma equipe do Interior como as outras, claro que teve o título no ano passado, mas tem as mesmas dificuldades da maioria, com folha de pagamento do Interior. O objetivo primeiro sempre é escapar do rebaixamento, mas não falamos nisso pois os times estão próximos. Somando um ponto ou dois, estamos entre os oito. Equipes com dois dois ou três pontos estão em oitavo, mas claro que precisamos pontuar.
O goleiro Michel Alves (ex-Inter, Juventude e Brasil) foi contratado. Serão buscados mais reforços?
O goleiro é uma situação que a gente já vinha conversando com a direção há um bom tempo. Agora, deu certo com o Michel e esperamos que nos ajude. Outro atleta, no momento, não. Nosso grupo tem uma quantidade boa, precisamos observar alguns atletas que não jogaram. Temos jogadores que podem estrear.
E como sair dessa posição incômoda?
Sempre é com treinamento, mas tendo um grupo experiente como o que temos, o diálogo é importante. Temos problemas, mas também tivemos coisas boas nesses dois jogos, elas não aparecem pelos resultados, mas gente criou chances, não fomos competentes nas finalizações. Estamos trabalhando e passando para os atletas a importância da atenção. Tem situações no futebol que não é só trabalho, é momento e atenção.
Como será encarado esse jogo com o São José, que vale pela Recopa e pelo Gauchão?
As duas é uma situação só. É jogo de Gauchão, principalmente para nós, que viemos de duas derrotas e vamos jogar na casa do adversário. Precisamos somar pontos para começar a caminhada em busca da classificação.
Por ter sido campeão gaúcho, você acredita estar seguro no cargo de treinador ou se sente ameaçado pelos resultados ruins?
Não te diria ameaçado, quando a gente retornou para o Novo Hamburgo era para um a trabalho a longo prazo, esse é o nosso contrato, mas a gente sabe que futebol é resultado, é momento. Mas a direção está presente, temos que dar sequência no trabalho e, com os resultados acontecendo, temos um projeto muito bom para o Novo Hamburgo.