A final do Mundial de Clubes entre Real Madrid e Grêmio, neste sábado em Abu Dhabi, vai colocar frente a frente os técnicos que foram ídolos em seus clubes, Zinedine Zidane e Renato Portaluppi, campeões do torneio como jogadores.
O nome de Zidane está marcado na história do Real Madrid, com um golaço na final da Liga dos Campeões de 2002 sobre o Bayer Leverkusen (2 a 1) que garantiu o título da competição. No mesmo ano, Zidane levantou o troféu da Copa Intercontinental ao superar o Olimpia por 2 a 0 em Yokohama.
Já Renato foi decisivo ao marcar os dois gols da vitória sobre o Hamburgo, na final da Copa Intercontinental de 1983.
Zidane foi campeão do torneio como jogador e treinador, ao conquistar o Mundial de Clubes no ano passado comandando o Real Madrid. Renato quer repetir a façanha do francês.
Os passados como jogadores de destaques em seus clubes fizeram com que ambos conquistassem o respeito de seus jogadores. Ambos defendem o espetáculo e a posse da bola, mas suas semelhanças terminam por aí. Zidane é tímido com as palavras, enquanto Renato destila seu linguajar ácido para conquistar as manchetes.
— Fui melhor que Cristiano Ronaldo, não tenho dúvidas. Ele é um grande jogador, mas não é tão versátil como eu — afirmou o técnico brasileiro pouco antes do torneio.
Melhor que Cristiano Ronaldo
Renato Portaluppi passou por muitos clubes no Brasil e fez história com as camisas de Flamengo, Botafogo, Cruzeiro e Fluminense. No entanto, sua pequena passagem pela Europa defendendo a Roma foi ruim, em 1988 e 1989.
— Gostaria de ver Cristiano nos times em que eu joguei, muitas vezes sem receber durante três ou quatro meses seguidos e ser campeão. Gostaria de ter jogado neste Real Madrid, com jogos uma vez por semana, em grandes estádios e com os companheiros que tem — acrescentou.
Depois de levantar a Libertadores como treinador, Renato cobrou uma estátua da diretoria gremista.
Zidane, bicampeão da Liga dos Campeões e defensor do título Mundial, conquistou as competições como jogador e também foi campeão da Copa do Mundo de 1998 com a França.
Diante das declarações de Renato, Zidane preferiu utilizar discurso menos chamativo.
Inferior a CR7
— Cristiano Ronaldo é muito melhor do que eu como jogador, mas não tem problema. Fiz uma boa carreira também — indicou Zidane uma semana antes de estrear com o Real Madrid no Mundial de Clubes.
— Não existem mais palavras para defini-lo. O que faz Cristiano no dia a dia e nos jogos é fenomenal. Outro dia eu disse que um jogador pode vir, ficar 15 ou 20 anos, e nunca fará o que fez Cristiano — acrescentou o francês.
Em 2016, quando perguntado por suas aptidões como treinador, Zidane não quis se fazer de herói.
— Nunca me considerei um grande treinador e nunca vou pensar isso. Tento fazer meu trabalho o melhor possível. Posso ganhar a Liga dos Campeões e não vou me considerar o melhor. O que tenho é vontade de aprender — afirmou há um ano.
Zidane e Renato se enfrentam no sábado em seus respectivos bancos de reservas. O francês sai com a vantagem de ter um elenco melhor.
Em caso de vitória, Renato vai dar o ultimato para a direção do Grêmio construir a estátua pedida.
* AFP