O Flamengo foi derrotado de virada por 2 a 1 pelo Independiente, nesta quarta-feira na partida de ida da final da Copa Sul-Americana, em Buenos Aires, e precisará reverter o placar no Maracanã se quiser conquistar o título continental.
O rubro-negro carioca chegou a abrir o placar aos 8 minutos de jogo com Réver, de cabeça, mas tomou enorme pressão do time argentino, que empatou a partida com Emmanuel Gigliotti, aos 28, e virou no segundo tempo com Maximiliano Meza, aos 7.
A equipe carioca aparentou cansaço pela maratona de jogos recentes, culminada na complicada classificação à fase de grupos da Libertadores conquistada no último domingo contra o Vitória (2-1), na ultima partida do Brasileirão.
Apesar do sair em vantagem, o Flamengo sofreu com a marcação adiantada do Independiente e com a velocidade dos jogadores de ataque do time argentino, principalmente da joia de 18 anos Ezequiel Barco, que infernizou a vida da zaga rubro-negra.
O Flamengo só conseguiu reagir nos minutos finais da partida, quando o técnico Reinaldo Rueda colocou sua joia em campo, Vinícius Júnior, de apenas 17 anos, para aproveitar o cansaço dos esforçados jogadores do Independiente.
A mexida deu certo e Flamengo assustou diversas vezes o gol dos 'Diabos Vermelhos' nos últimos 10 minutos de jogo, mas o empate não saiu.
Como o critério de gol fora de casa não é válido na final da Sul-Americana, qualquer vitória do Flamengo por um gol de diferença levará a decisão do título para a prorrogação e, em seguida, para os pênaltis.
Com isso, o Flamengo, agora com uma semana de descanso, precisará buscar uma vitória por dois gols para erguer a taça no Maracanã, na próxima quarta-feira (13). Qualquer empate dará o Independiente.
- Fla abre placar, 'Rojos' pressionam -
Apesar de jogar no lotado estádio Libertadores, em Buenos Aires, o Flamengo entrou em campo bem postado e soube impôr seu toque de bola no início da partida, segurando a pressão inicial do Independiente e de sua fanática torcida.
Essa boa postura foi recompensada rapidamente.
Aos 8 minutos, Trauco alçou uma falta pela esquerda na área argentina e o capitão Réver subiu mais que todo mundo, colocando de cabeça a bola no ângulo do gol de Campaña.
O gol poderia ter sido uma ducha de água fria no Independiente e sua torcida, mas o Flamengo, aparentemente satisfeito com a mínima vantagem fora de casa, recuou demais e chamou os argentinos para seu campo.
Os 'Diabos Vermelhos' aceitaram o convite e foram para cima do Fla sem dó, sempre apostando na fragilidade defensiva de Trauco, que penou para segurar os rápidos Meza, Miño e Barco pela ponta direita do ataque dos anfitriões.
Enquanto o Flamengo se contentava em afastar o perigo na esperança de uma bola sobrar para o isolado atacante Felipe Vizeu, o Independiente se aproximava cada vez mais do gol de César na base de passes rápidos.
Aos 28 minutos, o merecido empate argentino se concretizou.
Em ataque veloz e bem construído, Meza lançou Benítez na área do Flamengo. O atacante se atrapalhou no domínio, mas conseguiu rolar a bola limpa para Gigliotti, sem marcação, soltar a bomba da marca do pênalti.
O gol transformou o estádio num verdadeiro caldeirão vermelho e o Independiente aproveitou a fraqueza do Flamengo para continuar pressionando em busca da virada. Mas teve que esperar até o segundo tempo.
- Virada Roja -
Na volta do intervalo, o panorama da partida permaneceu o mesmo. Argentinos pressionando e buscando o ataque, brasileiros se segurando como dava.
Não demorou para a virada acontecer, e dessa vez o menino de ouro da equipe, o jovem Barco, de apenas 18 anos, foi fundamental.
No lance, o habilidoso meia recebeu pela ponta esquerda, aproveitou confusão na marcação do Flamengo e cruzou na medida para Meza acertar um lindo voleio, sem chances para César.
Muito acuado, o Flamengo tentava reagir, mas seguia envolvido na pressão e na correria imposta pelo adversário.
A situação do rubro-negro carioca só melhorou a partir dos 25 minutos de jogo, quando o Independiente sentiu fisicamente o esforço realizado até então.
O técnico Reinado Rueda percebeu o desgaste do adversário e colocou em campo dois velocistas pelas pontas, Everton, habitual titular recuperado de lesão, e Vinícius Júnior, que sempre que entra tem a missão de botar fogo no jogo com seus dribles e velocidade.
A mudança surtiu efeito e o Flamengo conseguiu reverter o cenário do jogo.
Vinícius Júnior escapou pela direita em duas ocasiões, deixando os marcadores para trás e cruzando na área, aos 32 e 37 minutos, mas ninguém apareceu para finalizar.
Já Everton escapou pela esquerda aos 40 e só um perigoso carrinho por trás de Amorebieta parou o atacante, que apareceria cara a cara com Campaña. Cuéllar cobrou com categoria, mas Campaña segurou o que acabou sendo a última boa chance da partida.
* AFP