O multimedalhista Daniel Dias conquistou sua quarta medalha de ouro em quatro provas disputadas no Mundial de natação paralímpica, na Piscina Olímpica Francisco Márquez, na Cidade do México. Na noite da última terça-feira, ele foi o melhor nos 50m nado livre da classe S5, com o tempo de 32s66.
Daniel já havia levado o ouro nos 50m costas, nos 100m livre e no revezamento 4x100m livre. Antes de desembarcar no México, Daniel deixara uma promessa aos filhos Asaph, de 3 anos, e Daniel, de 2 anos: levaria duas medalhas para cada um. Era uma meta particular, para evitar crise de ciúmes entre os irmãos.
– Estou feliz com as marcas que estou fazendo aqui, ainda mais quando é pedido dos filhos, né? Para mim é uma alegria nadar por eles, tenho certeza que eles estão acompanhando a competição lá em casa. Não é fácil, a gente se dedica muito, mas é uma motivação incrível o que eles me passam. Muita gente diz que ganhar tudo pode fazer perder a graça de competir, mas com aquelas duas figurinhas lá, dificilmente isso vai acontecer. Se chegar esse dia, eu vou chegar para vocês e dizer: "Já deu". Mas, por enquanto, não – disse Daniel Dias, visivelmente emocionado.
Além de Daniel, o catarinense Talisson Glock também brilhou. O ouro veio nos 100m costas. No Mundial de Glasgow-2015, ele ficou com a prata. Em Montreal-2013, sua estreia na Seleção Brasileira, foi o quarto, com apenas 18 anos. Nos Jogos Paralímpicos do Rio-2016 ele deixou escapar o bronze por 56 décimos de segundo.
A história, no entanto, foi diferente no México. Talisson impôs seu ritmo desde a largada. O espanhol Antoni Bertran tentou acompanhá-lo, mas após os primeiros 50 metros, o catarinense de Joinville já estava quase um corpo inteiro à frente do rival. Bateu em primeiro lugar na borda com 1min18s10. Bertran chegou com 1min20s03, seguido do italiano Antonio Fantin (1min22s18).
– É minha principal prova, fiz uma temporada forte em Joinville, fui campeão da última etapa do Circuito Loterias Caixa, em outubro, em São Paulo, vinha fazendo os melhores tempos do ano, sabia que entraria nessa prova para brigar, apesar de não ser os melhores tempos da vida. Tenho certeza que me preparei no lugar certo, com as pessoas certas, para voltar ao meu auge, que foi em Glasgow-2015 – disse o nadador.
Para encerrar a noite, Joana Neves foi prata nos 50m livre (S5) e Felipe Caltran (S14), bronze nos 200m livre. Thomaz Matera fechou a participação brasileira no dia com um bronze nos 50m livre (S12).
O Brasil segue na quarta colocação no quadro geral de medalhas, com 12 ouros, oito pratas e seis bronzes. A China lidera com folga, seguida pelos Estados Unidos e pela Itália.