
Sem concentrar uma multidão de tricolores, o clima na Avenida Goethe, em Porto Alegre, era diferente na tarde deste sábado (16), durante a partida de Grêmio e Real Madrid. A falta de telões fez gremistas se aglomerarem em bares do entorno. E mesmo sem a conquista do Mundial, torcedores saíram em direção ao Parcão cantando e aplaudindo em reconhecimento ao esforço do time do coração.
Ao contrário do dia da decisão da Libertadores, o mar gremista deu lugar aos carros na Goethe, que vez ou outra passavam buzinando e gritando "dá-lhe Grêmio!". Sem saber que não haveria bloqueio, o gerente financeiro Leonardo Tuchtenhagen, 42 anos, esperava assistir ao jogo da final na avenida. Ao lado da filha Helena, 12 anos, optou por acompanhar a partida em um bar do entorno.
— Eu decidi ficar com ela perto da Goethe porque se tivesse festa, viveríamos um momento histórico. Infelizmente, não deu, mas a gente reconhece que houve luta, houve empenho por parte do Grêmio — comentou o pai.

Para Helena, apesar da derrota, a experiência foi única para os jogadores e torcedores:
— Eu estava com esperança de ver o time ganhar, mas por outro lado eu pensava "poxa, é o Real Madrid!". Então, de certa forma tô feliz, porque chegamos até aqui é o Grêmio nos proporcionou isso.
O desânimo era por parte de vendedores ambulantes, que ocupavam a calçada com camisetas, bandeiras, churrasquinho, cerveja, refrigerante e água.
— Investi R$ 1 mil para estar aqui, e só recebi R$ 30,00 — lamentou Ricardo Pereira, 25 anos.

Gremista desde pequeno, o vendedor destaca que, apesar da derrota, o Grêmio viveu um grande ano em 2017:
— Nós perdemos por um detalhe, segue o baile. Foi um grande ano, não podemos esquecer que conquistamos o tri da Libertadores e chegamos até a final do Mundial. Não dá para desmerecer o time, apesar de o Arthur ter feito falta no jogo.