O Mundial de ginástica artística começa para o Brasil nesta terça-feira, às 11h (horário de Brasília). Com as primeiras classificatórias realizadas nesta segunda, em Montreal, no Canadá, Arthur Zanetti, Arthur Nory e Caio Souza estão na última divisão da primeira fase.
O Mundial, realizado no local que recebeu os Jogos Olímpicos de 1976, será disputado até domingo (8).
Dando os primeiros passos rumo aos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, o time masculino briga por classificações tanto no individual geral quanto em finais por aparelho. Mesmo ressaltando que o foco inicia em 2018, Marcos Goto, coordenador técnico da ginastica brasileira, afirma que os ginastas lutarão por medalhas.
– Queremos um bom resultado porque ninguém vai para o Mundial para passear. Sempre visamos as medalhas, mas o grande objetivo do trabalho será a partir de 2018, quando começa o processo de classificação por equipes para a Olimpíada de Tóquio. Esse é o foco da Seleção toda – afirma Goto.
Em seu quinto Mundial, Arthur Zanetti vê a competição como principal objetivo deste ano.
– O Mundial é o objetivo do ano, trabalhamos o ano todo para as outras competições, mas, principalmente, para o Mundial do Canadá. Mas é um Mundial só por aparelhos, não tem disputa por equipe. Se cometer um erro é para você mesmo. Pressão sempre vai ter, mas é menor. Eu mesmo me coloco pressão – diz Zanetti.
O ginasta, dono de duas medalhas olímpicas (um ouro e uma prata) já alerta para a queda nas notas. Este será o primeiro Mundial com o novo código de pontuação da Federação Internacional (FIG).
– Antigamente, existiam cinco grupos em cada aparelho – cada elemento é composto de um grupo – e hoje são apenas quatro. Com isso, meio ponto caiu fora. Então, todo mundo já perdeu meio ponto na nota de partida. Elementos que eram parecidos – duplo twist e duplo pra trás – agora estão no mesmo grupo. E mudaram os valores de elementos, alguns caíram e outros subiram – explica Zaneti.
O campeão olímpico de Londres 2012 completa:
– Estão mais criteriosos. Praticamente não existe nenhum elemento que se faça sem desconto. Além da nota de partida cair os descontos aumentaram e a nota final diminui. É uma orientação da FIG para diferenciar os atletas. E não existe mais empate. Quem tiver menos desconto é o que vai ter a prioridade. A melhor nota de execução é o desempate.
Foco em Tóquio 2020
Os Jogos de Tóquio serão em apenas em 2020, mas Arthur Zanetti admite que todos entram em um novo ciclo pensando nos Mundiais dos próximos anos, que são qualificatórios.
– É claro que muitas coisas ainda vão acontecer, mas todo mundo entra em um ciclo pensando na Olimpíada. Então a gente pensa em Tóquio, mas ao mesmo tempo tem de ir passo a passo, como sempre fizemos. Tanto para o ciclo de Londres quanto para o do Rio foi assim, cada ano é um ano, cada competição é uma competição, e cada uma vai servir de preparação para o objetivo grandioso do ciclo que é a Olimpíada.
Arthur disse que até 2020 os desafios serão crescentes, incluindo manter-se na Seleção Brasileira.
– A gente viu a seleção que o Marcos escalou, mas pode mudar. Se não atingir o critério, você está fora. Está muito simples e correto. O objetivo é conseguir mais uma medalha em Tóquio, mas ainda tem bastante tempo. Penso em competir, fazer o meu melhor pelo resultado. Mas eu já fiz o que eu tinha de fazer e sei que o esporte desgasta. Agora tenho de ser mais cauteloso e estratégico nos treinos e competições.
Confira a programação do Mundial de Montreal
Terça-feira (3)
11h: Subdivisão quatro da classificatória masculina (Arthur Nory, Arthur Zanetti e Caio Souza)
Quarta-feira (4)
20h: Subdivisão cinco da classificatória feminina (Rebeca Andrade e Thais Fidelis)
Quinta-feira (5)
20h: Final individual geral masculina
Sexta-feira (6)
20h: Final individual geral feminina
Sábado (7)
14h: Finais do solo masculino, do salto feminino, do cavalo com alças, das barras assimétricas e das argolas
Domingo (8)
14h: Finais do salto masculino, da trave, das barras paralelas, do solo feminino e da barra fixa