Roberto Delazzeri, 56 anos, assumiu a presidência do Caxias na última segunda-feira. Ele será o segundo líder do conselho administrativo que assumiu o clube em agosto de 2015 e começou a reconstrução grená após dois rebaixamentos. A missão é dar a continuidade a esse projeto que foi iniciado sob o comando de Maurício Grezzana e, até aqui, deu certo.
– O Caxias precisa solidificar tudo o que fez neste dois anos. Até agora, só voltamos aonde estávamos. A partir desse momento, precisamos apontar um pouquinho para cima – diz o novo mandatário.
Delazzeri sabe muito bem a realidade que terá pela frente. Ele foi o diretor comercial da última gestão. Seus primeiros dois vices também estavam: André Randon segue como vice-financeiro e Vitacir Pellin sai do departamento de futebol para ocupar a 1ª vice-presidência. A continuidade do grupo e a união do conselho administrativo animam o novo mandatário do clube para levar o time de volta à Série C do Brasileiro, principal foco de 2018.
Os trabalhos já estão em andamento. Só que ainda faltava a definição da nova diretoria para tomar forma. O primeiro anúncio será do treinador, que deverá ocorrer no dia 28 de setembro, data da próxima Confraria Grená. Depois, virão os reforços.
– Precisávamos definir os diretores e uma estratégia de receita, saber o quanto o futebol poderá investir. A partir daí, definir treinador e o plantel. O mercado é difícil, os valores são altos e não tínhamos um norte para definir tudo isso. Estamos mantendo a mesma linha, tentando ser o mais assertivo possível para tentar ter o êxito que tivemos nos dois últimos anos – destaca Vitacir Pellin.
Nesta terça-feira, a nova diretoria conversou com o Pioneiro. Roberto Delazzeri fez questão da presença dos dois vices para mostrar o espírito coletivo que deve permear sua gestão à frente do clube. Confira os principais trechos:
Desafio e responsabilidade
Delazzeri: Os desafios sempre são grandes, ainda mais se pensarmos aonde o time estava há dois anos. Mas com essa equipe de gestão que permanece desde a época do Maurício (Grezzana, ex-presidente), me anima muito. Enfrentamos dificuldades financeiras enormes nesses dois anos, fizemos bingo e rifas para conseguir chegar aonde chegamos. Agora, precisamos contar com a colaboração de todos para diminuir a carga das pessoas que estão sempre colocando dinheiro dentro do Caxias. Outro ponto é o torcedor. Eles vieram até nós, agora precisamos solidificar e buscar novos. Tivemos um período onde o Caxias e Juventude deram muito espaço para a dupla Gre-Nal. Criou-se um vácuo e o pessoal foi torcer pelos times da Capital. Essa é a nossa principal missão: continuar a resgatar a instituição Caxias.
Finanças do clube
Randon: O Caxias hoje está em dia e não deve nada para ninguém. O problema é daqui até o fim do ano. É um período que a receita está baixa, temos um déficit mensal e vamos ter que correr atrás para equilibrar. A partir de janeiro, a tendência é de que tenhamos patrocínio para cobrir nossos custos. A expectativa que toda a verba (do Gauchão 2018 e que foi 100% penhorada na última edição) venha para o clube. Ainda não temos tudo concluído para que possamos garantir que nada será penhorado. Mas a expectativa é essa.
Delazzeri: Vou te dar um número, sem entrar em dados. Se no ano passado estava 99% da receita comprometida com dívidas, agora está 19%. Logo teremos notícias muito boas para o Caxias, falta apenas acertar algumas coisas. Aí o clube voltará a ter projetos via leis de incentivo, que é uma das nossas metas. Logo teremos todas as negativas para entrar com projetos. Já foi criada até a vice-presidência de planejamento. Se tudo der certo, acredito que em meados do próximo ano estaremos no positivo.
Atenção ao futebol
Delazzeri: Nosso produto é o futebol e teremos Campeonato Gaúcho, Série D e Copa do Brasil. Ainda não sentamos com o departamento de futebol para definir o que será o nosso foco. É importante o torcedor vir para o Centenário e se sentir responsável pelo clube. Olha a nossa missão: temos que montar um time. Tomar a decisão de qual valor dedicaremos e que time iremos montar: um de 150, 200 ou 300 mil? E com recursos escassos. Se tivermos o apelo do torcedor, essa missão será mais fácil. A nossa torcida precisa entender que os nossos 3.200 sócios têm que estar em dia. Isso é planejamento e fluxo de caixa para dar sequência de trabalho. Se tem uma renda de R$ 200 mil de sócios, representaria 40% da nossa demanda.
Relação com o Juventude
Delazzeri: A primeira ligação que fiz hoje (ontem) como presidente do Caxias, às 8h45min, foi para o Roberto Tonietto. Me coloquei à disposição dele e sempre que tiver alguma ação que possa envolver os dois clubes, vamos estar juntos. Vamos pelear muito no campo, mas fora dele precisamos ajudar a construir por Caxias do Sul.