Um Arthur completamente sorridente apareceu na sala de imprensa do CT Luiz Carvalho nesta sexta-feira — não que a alegria não seja uma das marcas do jovem que, em pouco tempo, virou a revelação do Grêmio de Renato Portaluppi. O motivo para que o riso fosse mais frouxo, porém, é totalmente justificado: ele foi uma das novidades da convocação do técnico Tite para as duas próximas partidas da Seleção pelas Eliminatórias, contra Bolívia e Chile.
— O maxilar e a bochecha estão doendo de tanto sorrir. Festejei tanto hoje, foi indescritível. Saí do jogo contra o Botafogo satisfeito. O 0 a 0 lá ficou de bom tamanho. Eu fiquei na ansiedade porque já tinha ouvido boatos de que o Tite já tinha falado sobre mim. A expectativa tinha, mas depois da confirmação... Eu estava com meu irmão e a alegria que a gente teve foi enorme, liguei para o meu pai e ele estava chorando, de arrepiar — contou, ainda em êxtase pela notícia.
A euforia, no entanto, não tirou os pés de Arthur do chão: o jovem de 21 anos agradeceu muita gente que julgou essenciais para que ele tenha chegado à Seleção. O primeiro — e talvez um dos mais determinantes — foi Maicon. O volante do Grêmio apresentou números que fizeram Arthur se dar conta de que poderia arriscar mais e colaborar mais ofensivamente no time.
— O Maicon é um pai para mim aqui no Grêmio. Já admirava ele antes de conhecê-lo, e depois mais ainda. Ele me ajuda desde que subi da base para o profissional. Ele me dizia, quando parecia que a bola pegava fogo em meus pés: "Calma, você vai pegar ritmo de jogo". Ele falava que eu tinha muita qualidade e me recomendava para arriscar mais. Ele me pegou pelo braço e me mostrou meus números: eu tinha 100 minutos em campo e não tinha dado nenhum passe para chance de gol. Sou muito grato a ele por me mostrar isso — agradeceu.
Ainda nos agradecimentos, Arthur não esqueceu nem do seu treinador da base. O técnico André Jardine, no Grêmio desde 2013, foi citado pelo jogador, além de Renato Portaluppi e Felipão:
— Tive alguns treinadores durante esta trajetória. Cada um com sua maneira de trabalhar. Alguns treinadores frisam mais a posse de bola, que no meu caso foi na base com o Jardine. Mas são vários treinadores... O Felipão que me subiu da base para o profissional. O que mais me deu oportunidade foi o Renato, ele me deu total confiança e isso me ajudou muito. Então tenho um carinho muito grande com ele.
Arthur considera que seu desempenho diante do Botafogo, no Engenhão, no empate em 0 a 0 pelas quartas de final da Libertadores foi determinante para que Tite — que assistiu à partida no estádio — o escolhesse na lista de hoje. O jovem afirmou que o fato de o treinador da Seleção estar observando o jogo o motivou.
— O foco que a gente tem nas partidas é o mesmo. Talvez tem jogo que a gente não sabe que o Tite está olhando, mas tem algum olheiro... Mas com certeza saber que o treinador da Seleção está lá assistindo ao jogo pessoalmente é uma motivação extra. Dá um gás a mais para a gente saber que ele está ali ao vivo, se interessou pela partida e quis ver, então é uma motivação mesmo.