Um dos nomes fortes no fomento do esporte caxiense durante os últimos 50 anos, a Universidade de Caxias do Sul (UCS) também está sendo afetada com os projetos indeferidos do Fiesporte. Diretamente da universidade, apenas as atividades do atletismo foram prejudicadas. O problema engloba os parceiros da instituição.Além do atletismo, estão sediadas na Vila Olímpica associações selecionadas no Fiesporte do handebol, vôlei, futebol, taekwondo e canoagem.
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A parceria da universidade com as instituições propicia estrutura esportiva para mais de 1.500 jovens e crianças, entre atletas das equipes de base ou alto rendimento e projetos sociais, que serão os primeiros afetados.
– Essas crianças precisam desses projetos para vir até a universidade. O que tinha até agora era financiado dentro do Fiesporte. Não temos orçamento para colocar transporte na frente dessas entidades que a gente beneficia. Não tem o que fazer – admite o coordenador de Esportes e Formação da UCS, Carlos Bonone.
A entidade formou as parcerias justamente para reduzir os custos em algumas modalidades e não deixar de atender a comunidade, marca forte da instituição. A redução nos projetos realizados na UCS vão afetar não só aos atendidos diretamente pelo Fiesporte, mas também a comunidade acadêmica.
– Com a quantidade de atletas que temos hoje, a utilização acadêmica da Vila Olímpica é muito grande. Os alunos dos cursos de Educação Física, Psicologia, Fisioterapia e até jornalismo realizam trabalhos junto aos professores, e isso auxilia na formação deles. A corrente que isso envolve é grande. Não é só o treino dos meninos ou a participação em algum campeonato. Tem transporte, confecção. Talvez alguém da empresa que confecciona os uniformes vá ser demitido porque ela havia feito um serviço que não vai receber. O esporte também é uma roda econômica muito grande – avalia Bonone.
Além da estrutura física esportiva da universidade, outras áreas de atuação da UCS também estão envolvidas no gerenciamento dos projetos do Fiesporte.
– Quando começou essa situação de se falar de pendências de 2014, 2015 e 2016, os profissionais da UCS foram até a Smel e questionaram qual era a situação pendente. As pendências vieram e nós apresentamos todas. Não tem nada mais pendente com relação aos projetos da universidade. Eram só situações documentais. Em um dos casos faltou o comprovante do pagamento de um professor do Conselho Federal de Educação Física. Nós comprovamos. Foi enviada a cópia do recibo. É bom que fique bem claro. Ninguém desperdiçou dinheiro público. Os problemas foram de documentos – concluiu Bonone.