Tudo aquilo que pudesse ser dito em relação a Paulo Sant'Ana, vai parecer uma obviedade. Nem eu, nem a esmagadora maioria das pessoas que neste momento se atrevem a escrever sobre ele, salvo honrosas e raríssimas exceções, deixarão de parecer óbvias. Por mais que se possa caprichar no texto, buscar situações inteligentes, transpor barreiras de um texto acima da média, a obviedade será uma decorrência.
Faço todas essas afirmações imaginando um sentimento contrário, que Paulo Sant'Ana viesse a ser o autor de uma dessas manifestações. Seria muito diferente. Por que, se fosse na Zero Hora, todos os leitores começariam sua leitura de trás para diante. Se fosse na Rádio Gaúcha, todos ouviriam os programas de que participava, e eu tive a honra de estar com ele no Sala de Redação durante 13 anos convivendo diariamente. Se fosse na RBS TV, prendia a atenção de todos em cada aparição que fazia.
Faço essa humilde analogia tão somente para dizer que nunca teríamos nós, mortais, a capacidade de alcançar a beleza, a profundidade e a intensidade de seu texto mágico. Afora isso, era amigo leal, gremista fiel e jornalista incomparável.
Imortal como o Grêmio
Perdemos todos nós, perde Porto Alegre, perde o Rio Grande do Sul, perde um país inteiro. Não vejo como substituí-lo, mas isso é o que nos torna cada vez mais seres humanos. Paulo Sant'Ana assim como o Grêmio é ou deveria ser imortal.
Permanecerá em nossas mentes e em nossos corações eternamente, como um homem generoso, sempre disposto a ajudar quem dele precisasse. Quem não o conheceu, não sabe o que perdeu.