O artigo 5º da Lei nº 10.406/02 diz que um cidadão, ao completar 18 anos, fica habilitado à prática de todos os atos da vida civil. Sua responsabilidade certamente aumenta. No dia 27 de junho de 1999, o Esporte Clube Juventude vencia a Copa do Brasil diante do tradicional Botafogo e de um Maracanã com mais de 100 mil torcedores. Como tudo na vida, uma grande conquista nos proporciona reconhecimento e cobranças.
Desde então, o clube vivenciou praticamente todas as realidades do futebol brasileiro. Fez excelentes campanhas na Série A do Brasileiro, caiu para a Série B e a disputou como favorito. Não deu certo e caiu para a C. Beijou a lona e disputou a D três vezes até iniciar o processo de reconstrução, passo a passo. No âmbito regional, seguiu sempre incomodando os grandes. Tanto que foram incontáveis as ocasiões com um pênalti não percebido, uma falta invertida, um impedimento inexistente...
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Mas foi tudo isso que garantiu ao clube a maturidade necessária para sobreviver e se fortalecer nos novos tempos. O futebol do século 21 configura-se em um negócio financeiramente imensurável e campo fértil para muito poucos. O investimento na formação de atletas tem sido um importante pilar, garantindo bons valores para a equipe profissional e parte considerável no fluxo de caixa.
Além das responsabilidades, a maturidade traz consigo a coragem. A luta pelo retorno à elite do futebol brasileiro não pode ser apenas um espasmo da Papada – apelido da torcida juventudista – com a boa arrancada na Série B de 2017. Apesar de sabermos que permanecer na B é a meta do clube, seguindo o planejamento de reorganização administrativo-financeira, um jovem aos 18 anos pode sonhar muito mais alto. Afinal, aos 18, tudo está ao nosso alcance! E dá-lhe Papo!
*O colunista Francisco Michielin está de férias.