O número de sócios cresceu quatro vezes no último mês. A quantidade de camisetas vendidas na loja do clube expandiu 300%. Surgiram até compradores do Japão. No primeiro semestre do ano, a categoria de base do clube recebeu 250 inscrições a mais que 2016. Esse texto não é sobre um clube europeu ou um dos grandes do futebol brasileiro. Esses números são do Novo Hamburgo, inédito campeão gaúcho, que teve média de apenas mil torcedores pagantes quando jogava em casa.
Após pouco mais de um mês do título, o clube alcançou a marca histórica de mil sócios pela primeira vez em 106 anos de fundação. O quadro social atualmente rende 30 mil reais aos cofres da administração. Durante os jogos do Gauchão, 15 camisetas eram vendidas na loja dentro do Estádio do Vale. Agora, 500 jovens procuraram o clube para jogar nas equipes infantil e juvenil das categorias de base.
Tudo isso é pouco se compararmos com os números e conquistas da dupla
Gre-Nal. Mas foi com menos ainda que o Novo Hamburgo superou os dois gigantes do Rio Grande do Sul. Atualmente, o Noia disputa a Série D do Campeonato Brasileiro e tem vaga garantida na Copa do Brasil e na Recopa Gaúcha de 2018. O clube perdeu 10 jogadores que eram titulares na campanha vitoriosa do Gauchão, mas manteve o ídolo. Preto, meia de 35 anos, capitão da equipe, rejeitou propostas de outros clubes para permanecer na cidade onde nasceu, cresceu e construiu uma bela história. Já foram oito estaduais com a camisa anilada. Mais um motivo para atrair novos torcedores. A direção projeta que é preciso atrair quase 3 mil sócios para manter a folha de pagamento, que não passa dos R$ 80 mil após o Gauchão.
Se conseguir isso, sobrará o dinheiro dos direitos de TV e da publicidade no Estádio do Vale para contratar jogadores e, assim, manter a estrutura do clube. Uma chance única de aproveitar o momento para crescer no cenário nacional, buscando um salto de qualidade. Em uma cidade que tem mais de 230 mil habitantes, aumentar o número de torcedores fiéis parece conquista fácil para os campeões hamburguenses.