A Uefa vai testar, no seu campeonato europeu feminino sub-17, uma nova ordem na disputa de disputa de pênaltis. O modelo, criado pela International Football Association Board (Ifab), visa evitar uma possível vantagem ao batedor da primeira cobrança, que, de acordo com um levantamento contratado pela entidade, normalmente é quem vence o duelo.
A nova fórmula aponta uma alternância na ordem de cobranças. O time que abre a série de pênaltis executando a cobrança, na segunda rodada, vai defender o primeiro chute. Na terceira rodada ele retorna à primeira cobrança e assim sucessivamente.
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A real aplicação desta fórmula em campeonatos mais importantes é tema de dúvidas para comentaristas do futebol. Eugênio Leal, comentarista da Fox Sports, acredita que a pressão existe para os batedores independente da ordem das cobranças:
– Sinceramente, talvez a explicação esteja em cima de alguma questão psicológica, joga a pressão para quem vai bater depois. Se você acertou já entra na obrigação de converter. Mas, eu acho que todo mundo que vai bater já entra pressionado. Acho que individualiza muito a questão e os atletas já entram abalados.
Eugênio Leal acredita ainda que a mudança possa trazer uma certa confusão para quem está assistindo à disputa:
– Bate dois para lá, dois para cá, volta para o outro, bate de novo, não sei exatamente se isso vai trazer mais emoção ou vai confundir mais a cabeça de quem está assistindo. Num primeiro momento me parece que vai confundir.
José Alberto Andrade, repórter da Rádio Gaúcha, também não acredita que o formato das penalidades deva ser alterado por conta de uma possível vantagem ao primeiro batedor.
– Toda pressão que tem no cara que bate primeiro, vai ter no cara que bate por último. O sorteio determina a pressão, se vai ser no início ou no fim. Acho que a contagem fica ruim. Tem que pensar no torcedor do estádio e o cara televisão. Em 1973, o juiz errou a contagem dos pênaltis, no célebre Campeonato Paulista dividido do Santos com a Portuguesa. Pode ficar complicado – alertou.
O comentarista de arbitragem da Rede Globo, Leonardo Gaciba, revela que os próprios atletas demonstram, ao longo da história, que não possuem uma total rejeição ao fato de iniciar a disputa defendendo a cobrança:
– Deveria ser feito um estudo em cima da opção dos jogadores. Tem muito capitão que ganha o sorteio e escolhe defender o primeiro. Eles fazem esta escolha para colocar pressão no adversário, caso o goleiro consiga pegar, dando tranquilidade para o seu cobrador.
No comunicado feito pela Uefa, a entidade defende que o estudo feito pelo Ifab aponta uma desvantagem "psicológica" para quem bate a segunda cobrança.
"A hipótese é que o segundo jogador que vai realizar a cobrança está sob maior pressão mental, porque se a primeira cobrança do adversário for bem-sucedida, um erro do segundo batedor pode significar uma derrota imediata, principalmente a partir da quarta cobrança", diz a nota.
A Fifa ainda não apontou qualquer intenção de testar a nova ordem em algum campeonato de seu calendário.
Formato de cobranças proposto pelo Ifab:
1° chute: time A - 2° chute: time B
3° chute: time B - 4° chute: time A
5° chute: time A - 6° chute: time B
7° chute: time B - 8° chute: time A
9° chute: time A - 10° chute: time B