A Chapecoense, bicampeã Catarinense, é também o time com mais finais nos últimos dez anos. Desde 2008 foram três títulos (2011, 2016 e 2017), além de dois vice-campeonatos (2009 e 2013). Nesse período Avaí e Figueirense também venceram três vezes mas tiveram apenas um vice-campeonato. Isso sem contar que, se fosse nos últimos 11 anos, teria para contar também o título de 2007 para o Verdão.
O vice-presidente de futebol do clube, Nei Roque Mohr, o Nei “Maidana”, destaca que “o pulo do gato” foi a partir de 2009, quando a Chapecoense começou a disputar competições nacionais de forma ininterrupta e iniciou a Série de Acessos no Brasileirão.
- Na minha opinião a Chapecoense ela teve duas fases ou duas épocas, que foi até 2006 e depois de 2006, quando as pessoas que assumiram o clube começaram a ver um pouco diferente a forma de administrar futebol. Principalmente em 2009 quando eu, o Jandir (Bordignon) e o Sandro (Pallaoro) assumimos a nossa briga era para ter calendário, não só seis meses de futebol mas sim o ano todo para conseguir estruturar a equipe e manter uma base de um ano para o outro. Já em 2009 quando nós assumimos nós conseguimos o vice-campeonato, uma vaga para a Série D e o acesso para a Série C. A partir dali é que as coisas começaram a fluir porque daí você jogava no primeiro semestre o Catarinense e, no segundo semestre tinha um calendário cheio – relatou Maidana.
A forma de administrar o clube, procurando não gastar mais do que arrecadava e garimpando atletas que procuraram crescer na carreira também ajudou. Um exemplo foi o atacante Aloísio, que estava em baixa no Caxias-RS e foi o goleador do time no Catarinense de 2011, com 14 gols, transferindo-se depois para Figueirense, São Paulo e futebol chinês.
Maidana afirmou que, na reconstrução do clube, foi mantida essa identidade, que acabou novamente dando certo.
-Mesmo agora depois de toda essa tragédia as pessoas que continuam à frente do clube, que ficaram poucas pessoas como eu o Maninho (o presidente Plínio David De Nes Filho), o seu Ivan (vice-presidente Financeiro e Administrativo, Ivan Tozzo) que temos mais tempo aqui, a gente procurou na remontagem trabalhar da mesma forma, procurando um perfil de atleta, procurar administrar da mesma forma, realmente o clube é diferente, é administrado por setores, cada um cuida da sua parte e cada um tenta fazer da melhor forma possível e dessa forma temos conseguido sucesso ao longo desses anos – disse Maidana.
Com os acessos a Chapecoense foi aumentando de orçamento ano a ano e deixou de ser um time que corria por fora para ser um dos favoritos ao campeonato. A folha de pagamento que foi de R$ 70 mil por mês em 2007 agora está em R$ 2 milhões.
O poder de investimento da Chapecoense cresceu e com isso vieram mais títulos. Tanto que mesmo em 2015, ano em que terminou em terceiro lugar, a Chapecoense era uma das favoritas e teve a melhor campanha na primeira fase.Em 2014 não classificou para o quadrangular semifinal mas vendeu a Taça Santa Catarina. Em 2012 ficou em terceiro perdendo uma semifinal de virada para o Avaí, na Arena Condá.
A única campanha desastrosa nos últimos dez anos foi a de 2010, quando teria sido rebaixada se não fosse a providencial desistência do Atlético Hermann Aichinger. Com boa administração e dinheiro a Chapecoense se tornou uma potência em Santa Catarina, o que permitiu voos maiores também no cenário nacional e internacional.
-Seu Deus quiser vamos continuar estruturando e dando alegrias para o nosso torcedor que não é só de Chapecó, agora é do Brasil e do mundo todo- concluiu Maidana.
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