O Palmeiras já prepara sua defesa junto à Conmebol e espera não sofrer punições após a barbárie que marcou o fim do jogo de ontem, diante do Peñarol, em Montevidéu.
A diretoria já pediu todas aa imagens de emissoras de TV e de “curiosos” que filmaram as brigas pós-jogo e não quer que Felipe Melo, principal alvo dos uruguaios, seja punido. Irá coloca-lo como vítima de todo o episódio, o que foi também minha impressão.
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O que vimos no Uruguai foi uma tocaia para o Palmeiras. E os brasileiros vão bater nessa tecla, dizendo que:
1) Não havia policiamento suficiente no jogo e o Peñarol estava preparado para pegar Felipe Melo, que na sua apresentação ao clube brasileiro havia dito, lá atrás, que se tivesse que dar tapa em uruguaio na Libertadores o faria. Claro que foi infeliz e não estava se referindo especificamente aos uruguaios, mas aos adversários que o time tivesse pela frente até o final da Libertadores. Mas nada que justifique a violência por parte da equipe local que vimos ontem no Uruguai;
2) Se Felipe Melo deu murro em adversário (e deu) foi em legítima defesa, já que estava sendo perseguido por mais de um atleta rival e ele apenas recuava, tentando se proteger. Em dado momento acertou um jogador do Peñarol que tentava cerca-lo e teria agido somente para se defender;
3) Não havia segurança e policiamento suficientes no estádio, que tem de ser interditado, apesar de o time uruguaio estar virtualmente eliminado da competição. Não fossem os 20 seguranças levados pelo Palmeiras e que, aparentemente, agiram bem para proteger o time brasileiro, poderíamos ter visto uma tragédia em campo. E não tem sentido um time precisar levar um exército de seguranças ao estádio;
4) Os jogadores do Verdão foram vítimas de ofensas racistas nos dois jogos (tanto no de São Paulo quanto no de Montevidéu);
5) As brigas nas arquibancadas foram consequência da atitude dos jogadores do Peñarol, embora haja relatos de que tenham começado já no intervalo. E isso só mostra que os atletas têm que ter responsabilidade em campo, porque deveriam ser exemplos e normalmente não é assim.
Enfim, o Verdão começa a se mobilizar para se defender nos tribunais, porque não sabe o que pode acontecer no de Penas da Confederação Sul-Americana. E, como parte da estratégia, começa a elogiar a cúpula da entidade, dizendo que ela é nova e moderna, ao contrário da anterior, envolvida em escândalos e alvo das investigações do FBI e que saberá separar o joio do trigo…
Tribunais à parte, vimos um Palmeiras tenebroso no primeiro tempo (o que não significa que Eduardo Baptista seja mau treinador) e brilhante no segundo (o que não significa que seja um gênio). E há a expectativa da direção que, após o conflito de ontem, o time, que vinha rachado nos vestiários, finalmente se una, pois qualidade e elenco ele tem.
Já sobre o treinador, que no final do jogo fez um desabafo claramente dirigido a Juca Kfouri, mas não teve coragem (ou vontade), sabe-se lá o porquê, de citar o nome do jornalista, seu descontrole pós-partida é só mais uma evidência de como estava pressionado. E de como lida com a pressão. Que vai continuar, pois tem em mãos o time que mais investiu e que tem o elenco mais qualificado do Brasil. E futebol é ingrato mesmo. E as expectativas da torcida seguem muito, muito altas.
Mas o que vimos no final do jogo de ontem não pode passar em brancas nuvens. Pois aquilo pode ser qualquer coisa menos Libertadores. Tudo menos futebol. Que é um jogo ou deveria ser. Mas para alguns é guerra.