O futebol é paixão? Sim, com certeza. Sem ela, não haveria graça alguma. O futebol é negócio? Também. Sem rentabilidade, o clube não vai longe nas competições que disputa. Não monta times competitivos. Não atrai torcedores. Uma coisa exclui a outra? Não. O que é mais importante, paixão ou negócio?
É uma discussão interessante que o Novo Hamburgo suscitou no último sábado à noite quando divulgou que poderia jogar a semifinal de volta contra o Grêmio fora do Estádio do Vale em Novo Hamburgo, para aumentar sua arrecadação com bilheteria.
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Entendo perfeitamente a direção do clube se pensar somente no lado financeiro. Apesar da campanha irretocável ao longo da Fase Classificatória e até mesmo das Quartas de Final, o torcedor do Novo Hamburgo não apareceu. Os números são risíveis para um time que terminou a Primeira Fase como líder, a frente da dupla Gre-Nal e que manteve 100% nas Quartas de Final com duas vitórias sobre o São José.
Em renda bruta, sem contar o jogo de volta das Quartas de Final, cujo borderô ainda não foi divulgado, o Novo Hamburgo arrecadou R$ 225.360,00 nos 6 jogos que fez como mandante na fase classificatória. Foi o 4.º pior time em arrecadação, só a frente de Veranópolis, Cruzeiro e São José. Média baixíssima de R$ 37.560,00 por partida.
De público pagante, nos 6 jogos da Primeira Fase, o Nóia teve 6.656 pagantes. Média muito baixa de apenas 1.109 torcedores pagantes por jogo. Também é o 4.º pior em média de pagantes, a frente apenas dos mesmos 3 já citados acima.
Tecnicamente, é um erro sair de casa, apesar do direito conquistado. Jogadores já estão acostumados com o gramado e com as instalações. Toda campanha foi feita ali. E você troca tudo isso por dinheiro? Dinheiro que servirá para manter o ano inteiro. Que situação meus amigos!
*RÁDIO GAÚCHA