Los Angeles e Paris, candidatas a sediar os Jogos Olímpicos de 2024, apresentarão ao mundo suas propostas a partir desta sexta-feira, data de início da campanha fixada pelo COI, que receberá em Lausanne, na Suíça, a terceira e última parte do dossiê de candidatura de cada cidade.
Budapeste, terceira cidade candidata e menos cotada para sediar Olimpíada, esperará até meados de fevereiro para se lançar na disputa. Os organizadores da candidatura húngara, ameaçada pelo pedido de um referendo, por iniciativa popular, decidiu se concentrar até agora em "mostrar para os habitantes de Budapeste a forma em que os Jogos Olímpicos poderão melhorar suas vidas".
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As três cidades estavam, até agora, obrigadas a promover discretamente suas candidaturas fora de seus territórios, além de serem cuidadosas em conversas com os membros do COI. A pouco mais de sete meses da escolha da sede, em 13 de setembro, em Lima, os cuidados vão ser deixados de lado.
Concretamente, os embaixadores das candidaturas vão poder se dirigir ao público estrangeiro, utilizar eventos esportivos de audiência mundial para se expor midiaticamente e, sobretudo, explicar os detalhes das propostas para as centenas de membros do COI que vão votar no Peru, o clássico lobby.
Pela primeira vez, as candidatas poderão utilizar a Rede Olímpica, lançada no ano passado na internet.
– As regras básicas seguem sendo as mesmas que no passado – explicou Christophe Dubi, diretor dos Jogos no COI.
O respeito ao rival, o equilíbrio na quantidade de tempo e outras boas maneiras continuarão valendo.
– Oferecemos para as cidades a possibilidade de utilizar a Rede Olímpica para limitar os custos de campanha – acrescentou Jacqueline Barrett, diretora adjunta que administra as candidaturas.
Terceira parte do dossiê
Nesta sexta-feira, o COI receberá o terceiro e último capítulo dos dossiês de candidatura, que é dedicado ao legado dos Jogos. O conteúdo vai dar uma imagem concreta do plano logístico em termos de transporte, segurança e rede hoteleira.
– O conceito e a visão são definidos. Agora é o momento em que as cidades vão conversar com os membros do COI – explica Jacqueline Barrett.
O dossiê 3 cuida do legado e se tornou obrigatório pelo COI desde 2000. A noção de herança a longo prazo se transformou em um dos critérios mais importantes para o voto dos membros, que têm o poder de decisão. O objetivo é evitar que a Olimpíada seja um desperdício, pelo contrário, que seja criada para durar para além das duas semanas de competições e que não endivide o organizador, como em Atenas 2004.
A herança tem cinco pilares fundamentais, aos olhos do COI: as infraestruturas e preservação da natureza, a gestão dos recursos, a mobilidade, os recursos humanos e o clima.
– Aprendemos muito no passado. A ciência e o contexto social evoluíram. Em Atenas, tínhamos dificuldades para obrigar o governo a não produzir estádios permanentes. O controle do COI com os organizadores, na época, não era o mesmo de hoje. Agora pedimos um plano de legado para cada um dos países – acrescentou Jacqueline.
Los Angeles e Paris, as duas favoritas, não tiveram problemas nesse ponto. No caso da cidade americana, a infraestrutura já está quase toda construída, herdada dos Jogos de 1984. Budapeste, por outro lado, vai ter que convencer os membros do COI de que os equipamentos previstos serão úteis a longo prazo.
Para o COI, legado não é apenas uma herança material, mas também social. Empregos, práticas esportivas e meio-ambiente são critérios importantes e muito mais difíceis de avaliar. Em julho, os votantes terão uma audiência das candidaturas, em Lausanne, a última antes da exposição final, em Lima.
*AFP