Há um problema em convidar capitães e técnicos de seleções nacionais a formar o colegiado de uma eleição como a de melhor do mundo da Fifa. Frequentemente, seus votos são viciados pela intenção de priorizar companheiros. A tendência é evidente na lista completa dos votos que elegeram Cristiano Ronaldo o melhor de 2016.
Os dois grandes vencedores do prêmio na última década são exemplo do corporativismo. Cristiano escolheu os parceiros de Real Madrid: Gareth Bale em primeiro, Luka Modric em segundo, Sergio Ramos em terceiro. Messi preferiu outros protagonistas do Barcelona: Suárez em primeiro, Neymar em segundo, Iniesta em terceiro. Como se vê, uma estrela não votou na outra.
Leia mais
Foto estranha de Suárez no prêmio da Fifa gera polêmica
Estátua de Messi é cortada ao meio em Buenos Aires
Os destaques dos jornais esportivos desta terça
Votos como os dos técnicos Joachim Löw, da Alemanha, e de Juan Pizzi, do Chile, escancaram ainda mais essa tendência. Na lista de Löw, nem Messi, nem Cristiano Ronaldo constam entre os três primeiros. São todos alemães: Toni Kroos, Mesut Özil e Manuel Neuer.
Já Pizzi exagerou. Alexis Sánchez é bom jogador, destaque do Arsenal e da seleção chilena, mas daí a ser considerado o melhor do mundo, a distância é grande. Pior: Pizzi sequer nomeou o segundo e terceiro colocados, sua lista tem apenas o nome da principal estrela de sua seleção.
Entre os votos brasileiros, de Tite e Daniel Alves, duas posturas diferentes. O treinador parece ter sido mais criterioso. Reconheceu Cristiano Ronaldo como o melhor do ano, colocando Neymar em segundo e Griezmann em terceiro. Já Dani homenageou os ex-companheiros de Barcelona, com Messi no topo, Neymar em segundo e Suárez em terceiro lugar.
* ZH Esportes