A lenda do futebol camaronês Roger Milla, 64 anos, classificou como traição a ausência de vários jogadores, que deixaram de defender a seleção de Camarões pela Copa Africana de Nações para continuarem em seus clubes. Em entrevista à AFP no hotel da delegação, o ex-atacante garantiu que é "uma traição dizer 'não' ao seu país":
– Não se pode chantagear seu país, nunca na vida. Se eles preferem jogar pelos seus clubes, que continuem lá e ponto. O Camarões está cheio de jogadores, não temos problema nesse sentido. São filhos de Camarões e sempre serão. É graças ao país que eles se tornam grandes jogadores no futuro. Se não jogam no time nacional, não teria nenhum grande clube interessado em contratá-los – disse o ex-craque, atração da Copa do Mundo de 1990, na Itália.
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Pelo menos sete jogadores, que deveriam estar na lista dos 23 convocados para a seleção nacional, negaram a chamada: Joël Matip, do Liverpool, e Eric Choupo-Moting, do Schalke 04, jogam em grandes europeus e preferiram não ir ao Gabão para a disputa.
Milla também criticou o treinador da seleção, o belga Hugo Broos, dois dias depois da estreia dos Leões no torneio. O time conseguiu apenas um empate com Burkina Faso.
– Se Broos continua desse jeito, acho que não vai dar certo, porque os camaronenses são exigentes. Lembro do caso de Jaques Zoua, que é o centroavante ideal. Eu joguei como centroavante e não posso aceitar que Zoua saia do meio dos zagueiros do time adversário e vá buscar a bola na defesa de Camarões – criticou.
A dois dias do jogo contra Guiné Bissau. Milla prosseguiu em sua crítica:
– Queremos recuperar nosso status. Se não tiver resultado, Broos vai cair. É ele quem deve se esforçar para o time de Camarões brilhar.
*AFP