A volta para casa do Náutico é reflexo direto do quanto a Arena Pernambuco virou um problema. O clube abandonou os Aflitos em em 2013, quando fechou contrato com a Arena Pernambuco – receberia R$ 500 mil mensais por 33 anos para mandar seus jogos lá. Mas o acordo foi desfeito há alguns meses.
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Aliás, o estádio erguido para a Copa está à procura de um inquilino. O governo estadual e a Odebrecht desmancharam a parceria público-privada. A construtora receberá a multa de R$ 248 milhões – em 15 parcelas anuais de R$ 16 milhões – e ainda busca na Justiça outros R$ 250 milhões. Na imprensa de Recife, a informação é de que o custo total da obra ficou em R$ 743 milhões.
O governo, para estimular os clubes de Recife a jogarem lá, acerta contratos pontuais. Houve partidas em que cedeu a bilheteria para o Náutico e ficou apenas com a receita do estacionamento, me contou por telefone o vice de patrimônio do clube, Stênio Cuentro.
O problema é que o estádio fica longe – em São Lourenço da Mata, na região metropolitana de Recife. O metrô deixa os torcedores a 2,5 quilômetros – e a companhia de trens relata rotina de depredações e violência dos torcedores das organizadas. Em muitos jogos noturnos, não oferece o serviço ao final da noite. A saída é usar o carro ou ônibus, e nesses se embarca sempre com medo da iminência de uma pancadaria.
Dois anos e meio depois da Copa. a Arena Pernambuco ainda não cativou os pernambucanos.