O Grêmio precisou de 45 minutos para acordar no Morumbi, na noite desta quarta-feira. Após um primeiro tempo marcado pela falta de interesse, o time foi alertado no vestiário por Renato Portaluppi e buscou o empate por 1 a 1 contra o São Paulo, pelo Brasileirão. Foi o último teste antes das duas partidas decisivas contra o Atlético-MG, pela Copa do Brasil. Domingo, na Arena, os titulares apenas irão assistir ao jogo contra o América-MG, o último antes do momento ansiosamente aguardada pela torcida.
Aos 11 minutos, o primeiro sinal preocupante da noite. João Schmidt fez lançamento de 43 metros, conforme medição da televisão, Chavez partiu atrás de Wallace Reis, chegou na frente, e, com um toque curto, encobriu Grohe, que havia demorado a sair. O jogo recém se iniciava e o São Paulo já estava na frente.
Era nítida a falta de concentração. O defeito maior localizava-se no setor defensivo, onde Walace e Maicon pareciam desatentos na marcação, Wallace Reis era vencido em quase todas as disputas e Marcelo Oliveira errava passes na tentativa de sair jogando. Era flagante a falta que fazia o argentino Kannemann. Tudo isso resultava em imensa facilidade de penetração do São Paulo. Aos 17, Grohe mandou a escanteio chute de Luiz Araújo, de fora da área. Somente na metade do primeiro tempo o Grêmio deu sinal de vida, em lançamento de Douglas que Pedro Rocha não alcançou. Já o São Paulo encontrava facilidades para trocar passes até mesmo dentro da área do Grêmio. Cada arrancada de Cueva gerava pânico. Outro risco eram os avanços do argentino Buffarini pela direita, com liberdade, como se fosse um atacante.
Sobrava ao time de Ricardo Gomes concentração no jogo, bem ao contrário do de Renato. Aos 41, Maicon pareceu dormir na frente de Cueva. O peruano tomou-lhe a bola, avançou na direção da área, livrou-se de Wallace Reis e exigiu nova defesa de Grohe.
O segundo tempo foi aberto com um leve sintoma de reação. Mais projetado no campo do São Paulo, o Grêmio neutralizou os passes para Cueva e bloqueou a criatividade de seu adversário. Só que as tentativas de atacar limitavam-se aos passes de Douglas na direção de Pedro Rocha, sempre bem marcado. Apático, Luan nada criava. E ainda havia o risco da dupla estrangeira do São Paulo. Que voltou a incomodar aos 12 minutos. O peruano Cueva fez passe longo a Chavez, que disparou contra Wallace Reis e forçou Grohe a nova defesa difícil em seu jogo 300 pelo Grêmio. Ainda assim, era visível o maior interesse do time pela partida, deixando aberta a perspectiva do empate.
Aos 21, Douglas fez a diferença, uma rotina ao longo de todo este ano. Com uma precisa assistência, ele encontrou Ramiro aberto pela direita, às costas de Mena. A conclusão do volante, rasteira, foi fora do alcance de Denis. Era o empate, a essa altura o resultado mais justo para o jogo.
Sem pressa, o Grêmio ocupou-se de administrar o restante da partida. Se praticamente abdicou de atacar, também não foi muito incomodado. Cueva seguiu com sua correria, mas já havia maior consistência defensiva, com a entrada de mais um volante, Jailson, no lugar de Edílson. Se não foi a atuação dos sonhos, ficou uma impressão muito melhor do que na recente derrota para o Sport.