A Chapecoense é o orgulho do oeste catarinense desde que o time chegou à Série A. Um lugar próspero, com grandes empresas, mas que no cenário nacional não era conhecido. Por isso, a equipe é tão abraçada. Se antes, nas arquibancadas da Arena Condá se viam camisas de Grêmio e Inter, hoje a única cor vista é o verde.
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A chegada à decisão da Copa Sul-Americana só reforça o ótimo momento do clube que vem se transformando ano após ano. Em 4 de abril de 2010, o Verdão do Oeste foi rebaixado para a Segundo Divisão do Campeonato Catarinense. Porém, com a desistência do Atlético de Ibirama de disputar o torneio do ano seguinte, a Chape permaneceu na elite do Estado. Os anos seguintes são só de glória para a equipe. Nesses últimos cinco anos a Chapecoense conquistou duas vezes o Catarinense, subiu de série duas vezes e agora está na inédita final da Sul-Americana, o primeiro time de Santa Catarina a chegar a uma decisão de uma competição internacional.
Essa conquista foi trilhada por um planejamento competente. O Verdão não tem dívidas, o que permite uma melhor negociação de contratos com atletas. Boa parte do elenco deste ano estava em 2015 no clube.
Um exemplo dessa organização foi a contratação de Caio Júnior. Quando Guto Ferreira anunciou que havia recebido uma proposta tentadora do Bahia, a direção não fez loucuras para permanecer com o técnico. Havia dinheiro em caixa para uma proposta maior, mas isso seria fugir do que foi planejado para os gastos do ano.
Caio Júnior era um técnico que o vice de futebol, Mauro Stumpf, e o gerente, Cadu Gaúcho, já desejavam ter contratado em 2014. Então, ele foi a primeira opção. O acerto foi rápido, e o técnico entendeu a filosofia do clube. Não foram contratados jogadores de nome e se apostou na base montada.
O time é cascudo. São atletas rodados e que já tiveram oportunidades em times grandes como Cleber Santana, Thiego, Gil, Ananias, Kempes. Mais de 50% do elenco tem contrato até 2017, e o presidente Sandro Pallaoro é claro em relação ao próximo ano.
– Temos um time montado, só sai se alguém pagar a multa rescisória. Se não, permanece no clube – conta o mandatário que está no comando desde 2011 e acabou de ser reeleito para mais quatro anos de comando.
A Arena Condá, que é uma fortaleza para o clube, e que influência demais nessa Copa Sul-Americana, não será personagem da final. Por causa do regulamento da competição, que proíbe uma final em um estádio com capacidade menor de 40 mil torcedores, a Chapecoense terá que decidir o título longe de casa. A diretoria do Verdão tem duas opções: jogar em Porto Alegre ou Curitiba.
Sandro Pallaoro explica que Grêmio, Inter, Atlético-PR e Coritiba abriram as portas para receber o jogo. Basta uma definição. O certo, até agora, é que a diretoria já se prepara para levar o máximo de torcedores ao estádio escolhido.
– Não estamos pensando no lado financeiro, sim é importante, mas estamos dentro do orçamento previsto para o ano e não temos dívidas. Por isso, vamos fazer de tudo para ajudar a nossa torcida a ir ao jogo, a ter o máximo de ônibus saindo de Chapecó – explicou Mauro Stumpf.
A um passo de conquistar o maior título da história do futebol catarinense, a Chapecoense também parece preparada para o futuro. Se mantiver os pés no chão e o crescimento da estrutura, como fez no últimos anos com a construção do CT da Água Amarela, o Verdão do Oeste pode dar ainda mais exemplos ao futebol brasileiro.