Quarenta e um dias após sua estreia, Tite não apenas reacendeu o interesse do público brasileiro pela Seleção como recuperou parte do prestígio de uma camisa que acumulava fiascos e decepções desde o fatídico 8 de julho de 2014, data do 7 a 1. Chamado com o objetivo (e a esperança) de recolocar o Brasil nos trilhos para a Rússia, o técnico de 55 anos só precisou de quatro jogos para tirar a Seleção de uma alarmante sexta posição nas Eliminatórias – fora até mesmo da repescagem para a Copa do Mundo de 2018 – e levá-la à liderança da competição.
Tite herdou de Dunga uma campanha com 50% de aproveitamento na corrida sul-americana pelas quatro vagas diretas ao Mundial e outra na repescagem. Ao término da 6ª rodada, em março, o Brasil somava apenas nove pontos, um a menos do que a Colômbia, então quinto colocada, e distante quatro do Uruguai, que ocupava a primeira posição. Com atuações pouco convincentes, o time de Dunga acumulava duas vitórias, três empates e uma derrota, com 11 gols marcados e oito sofridos. Desde que assumiu, Tite mantém os 100% de aproveitamento na disputa: foram quatro vitórias, 12 gols a favor e apenas um contra.
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Além dos resultados, o ótimo desempenho do time, com soluções táticas que indicam o fim da chamada "Neymardependência", anima a torcida e os críticos nessa arrancada do ex-treinador do Corinthians e da dupla Gre-Nal à frente da Seleção. Até porque os números dos antecessores de Tite – todos gaúchos, por sinal – na última década também foram promissores.
O próprio Dunga, por exemplo, teve um recomeço de destaque em sua segunda passagem pela Seleção. Só conheceu a derrota quase um ano depois de voltar ao cargo, após 11 vitórias consecutivas – todas em amistosos. Já Felipão, outro técnico que retornou à Seleção, demorou a engrenar. Só venceu em sua quarta partida, amistoso contra a Bolívia. Em jogos que valeram três pontos, porém, também ganhou seus quatro primeiros compromissos oficiais. Abaixo, veja a comparação entre os técnicos brasileiros desde 2006.
*ZHESPORTES