Confesso que torci para que a Alemanha derrotasse a Nigéria e se tornasse adversária do Brasil na decisão pelo ouro olímpico. O Brasil não pode permanecer com a goleada que lhe aplicou a Alemanha entalada na garganta. A torcida brasileira precisa ver a sua Seleção derrotando o seu algoz da Copa de 2014. Uma vitória não mudará a historia, mas deixará a sensação de que aquele jogo foi atípico e, principalmente, consequência de erros primários cometidos pelo treinador da época.
O futebol brasileiro necessita olhar de frente para os alemães e tratar de ficar com a medalha de ouro que estará em disputa. O amor próprio dos brasileiros ficou reduzido a pó, mas pode ser reconstruído com uma vitória. Que venha a Alemanha.
Tomara que haja muita pressão sobre a Seleção Brasileira. Os seus jogadores precisam entender o tamanho da responsabilidade que lhes cabe. A seleção principal deixou-se abater diante da sua torcida. Não pode acontecer novamente. Quanto maior for a pressão, materializada pela lembrança daquele fatídico dia, mais focados estarão os jovens desta Seleção Olímpica. Aliás, o time brasileiro não é formado por crianças. São todos homens o suficiente para enfrentarem e cumprirem uma tarefa quase heroica. O Brasil conta com todos.
Contra a Alemanha pela Copa de 2014, o treinador brasileiro mostrou rara incapacidade de medir o tamanho exato do seu time e do adversário. Se tivesse tido esta preocupação não teria mandado a campo um time tão faceiro e frágil como o que escalou. Que o técnico da Seleção Olímpica tenha aprendido a lição. Mesmo assim, não consigo sentir segurança com uma equipe que joga no esquema tático 4-2-4. Este me parece ser o principal adversário do Brasil, no próximo sábado.
Micale não mudará a escalação, isto é certo. Restará aos atacantes oferecerem o máximo da sua dedicação no trabalho de recuar, marcar e impedir que os alemães sejam privilegiados com espaços no meio-campo. Enfim, que Deus prove que é brasileiro.