Não teve nada a ver com o gol de mão do peruano Ruidíaz. O desastre de Boston vai além do erro grosseiro do árbitro. A Seleção Brasileira caiu na primeira fase da Copa América em um grupo com Equador, Haiti e Peru. Mais um dissabor, mais um resultado vergonhoso. Levamos pancada atrás de pancada sem aprender.
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O Peru levou para os EUA apenas seis jogadores que atuam no país – entre eles, Guerrero, que está em débito no Flamengo, e Yotun, que joga no futebol sueco e passou pelo Vasco sem deixar muita saudade. Fez uma seleção doméstica. E ainda assim encarou o Brasil, segurou suas investidas no primeiro tempo e soube chegar ao gol no segundo tempo. Foi de mão? Sim, foi. Mas esse gol só foi decisivo porque a Seleção não havia sido conseguido ser superior aos peruanos em quase 75 minutos de bola rolando.
Dunga sofreu antes da Copa América. Teve seis jogadores cortados. Por decisão sua e da CBF, acertou com o Barcelona que Neymar, seu craque, seria guardado para a Olimpíada. Seria uma injustiça não mencionar isso. Mas a Seleção, mesmo completa, não nos empolga. É sexta colocada nas Eliminatórias. Dunga está por um fio, mesmo com a Olimpíada batendo à nossa porta.
A questão vai além do técnico – embora tenha culpa, é só a ponta mais visível do problema. Estamos fora da Copa América em um grupo com Peru e Equador classificados. Nosso principal campeonato não leva gente aos estádios. Jogamos em nosso país um futebol em slowmotion, defasado. O presidente da CBF não foi aos EUA por receio de ser preso. Tudo isso se reflete em campo. E nos faz passar o vexame de perder para uma seleção doméstica do Peru. Até quando? Não vamos acordar mesmo mais essa pancada.
*ZHESPORTES