Vinte e dois jogadores deveriam decidir quem ficaria com a vaga na próxima fase da Copa América Centenário, mas no fim, o determinante foi o juiz uruguaio Andrés Cunha. Além de não marcar dois pênaltis, o árbitro, autor de outras decisões contestadas, validou o gol peruano, marcado com a mão por Ruidíaz, e definiu a eliminação brasileira.
Embora jogasse por um empate para garantir a classificação à próxima fase, Dunga escalou a Seleção para a partida contra o Peru com um time que já declarava suas intenções de um jogo aberto e com o toque de bola como arma para abrir espaço até as defesas do adversário. O Peru do técnico Ricardo Gareca decidiu fazer o oposto, adiantando a marcação até praticamente o campo do Brasil.
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O resultado é que o início da partida foi truncado, com encontrões, bola mascada e muitas saídas de bola. Quando os jogadores brasileiros abriam caminho até o gol peruano, encontravam um defensor adversário pronto para o embate corpo a corpo, e vários deles caíram em lances dentro da área, como Daniel Alves, aos quatro minutos, Gabriel, aos seis, e Willian aos nove, Philippe Coutinho aos 18.
Em todas, o juiz mandou o jogo seguir. Tanta trombada não demoraria a gerar polêmica: aos 23 minutos, Lucas Lima se adiantou para roubar a bola do peruano Ramos, que, atrasado no lance, derrubou o jogador brasileiro dentro da área. Pênalti que o juiz não marcou.
Apesar da marcação, o Brasil conseguiu se infiltrar na área do adversário criando boas chances, em especial com a movimentação de Filipe Luís, Willian e Gabriel. Em todas elas, o Brasil parou nas mãos do goleiro Gallese, em dia de excelente atuação. O primeiro tempo se encerrou com o árbitro Andrés Cunha equiparando o jogo dos pênaltis não marcados, ao não assinalar uma falta de Renato Augusto sobre Flores em uma dividida dentro da área.
No segundo tempo, o Peru voltou com Yotún no lugar de Balbin, e ganhou consistência ofensiva. Logo aos dois minutos, o peruano sofreu falta do capitão Miranda, a centímetros da área brasileira. Flores cobrou por cima da barreira, no canto esquerdo de Alisson, e esta foi, a rigor, a primeira defesa do goleiro.
O jogo prosseguiu com o Peru concentrando o jogo na esquerda da intermediária brasileira. A Seleção pareceu ter cansado, e, embora ainda jogasse bem, se contentava com avanços esporádicos. Gareca fez então outra substituição, esta determinante, colocando Ruidíaz no lugar de Flores.
Quando a superioridade do Brasil de novo se fazia sentir, o recém-chegado Ruidíaz recebeu um cruzamento de Polo e mandou a bola para o gol com a mão, aos 29 minutos do segundo tempo. Com as reclamações do time brasileiro, o árbitro paralisou o jogo por cinco minutos minutos enquanto decidia, em conferência com seus assistentes e (aparentemente) com alguém fora de campo acionado por rádio. Finalmente, após muita espera, validou o gol.
A partir daí, o Peru se encerrou em seu campo e o Brasil aumentou a pressão, mas sem sucesso.
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