E não é que aconteceu?
O cholismo, que vem a ser a doutrina de Diego El Cholo Simeone, de novo venceu o tiki taka. Primeiro, o Atletico de Madrid vergou o Barcelona. Nesta terça-feira, na Baviera, foi a vez do Bayern, do mesmo Pep Guardiola que, na Catalunha, recolocara no cenário mundial o modelo ofensivo de toque de bola e pressão de maneira tão encantadora que os alemães foram buscá-lo.
No Allianz Arena, em Munique, derrota por 2 a 1, mas não ter levado gol no Vicente Calderón (vitória por 1 a 0) resolveu. Uma vez é acaso, mas duas não há de ser. Eliminar Barcelona e Bayern de uma só tacada é a credencial do Atlético de Madrid e do cholismo.
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Confesso que prefiro o tiki taka. Guardiola não gosta muito desta definição, pois entende que pode passar a falsa impressão de que ele gosta de longas trocas de passes. O que ele defende, na verdade, é uma troca de passes produtiva, de modo a levar ao gol com mais ênfase. Passes estéreis, não. Mas o tiki taka ficou como uma espécie de nomenclatura, de convenção. Para facilitar o debate, tão somente.
Torci para o Bayern como quem torce pelo futebol. Mas é preciso admitir: tem lá o seu mérito esse modo reativo de jogar, entregando a bola ao adversário e atuando a partir do erro forçado do inimigo.
O cholismo marca forte, mas não é violento. Seus gols não são aleatórios. Merece elogios a humildade de reconhecer a superioridade do adversário e traçar um plano operário de combate. Nos contra-ataques, sempre há jogadores adiantados, a centímetros de ultrapassar a última linha do outro lado. Quando a bola é retomada, a saída é à la Usain Bolt.
Na luta entre a coragem de assumir o risco e o conservadorismo, desta vez ganhou o segundo, encarnado no Atlético de Madrid, de Diego El Cholo Simeone. E foi na bola, honestamente.
*ZHESPORTES