Textos:
André Baibich (andre.baibich@zerohora.com.br)
Jones Lopes da Silva (jones.silva@zerohora.com.br)
O treino de 6 de abril foi um daqueles em que a judoca Mayra Aguiar, 24 anos, esgarçou o limite de esforço físico no tatame e chegou ao alucinante ponto da falha muscular. Passou do suportável pelo músculo. Não havia mais como a judoca bronze na Olimpíada de Londres, em 2012, e campeã mundial em 2014 continuar o trabalho de reforço de pernas. Ela parecia desfigurada de tão exausta.
Na hora de ir embora, para vencer nove degraus de dois lances de escada do ginásio da Sogipa, a medalhista se segurou no corrimão para equilibrar seu 1m78cm e descer com toda a cautela, sob pena de agravar a dor da fadiga pelo esforço repetido, a mais comum e a mais perturbadora companhia dos atletas de altíssimo rendimento.
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Descendo as escadas, degrau por degrau, Mayra ao mesmo tempo sofria dores e se comovia com aquela cena maluca. Nem parecia a atleta favorita a pódio na categoria meio-pesado do judô na Olimpíada do Rio.
– Eu acabei rindo, porque tinha de me segurar no corrimão, podia despencar dali, e no outro dia pela manhã haveria mais treino. Aquilo era engraçado demais – conta Mayra.
Intimamente, a judoca, uma das melhores do mundo na categoria até 78 quilos, voltava para casa satisfeita. Fadiga muscular é sinal de trabalho bem feito, sua dor era aquela que surge quando o atleta busca incessantemente superar seu limiar e só insiste e resiste porque é dotado de um temperamento de aço. Isso explica o riso meio sofrido e meio prazeroso de Mayra ao deixar o ginásio.
No outro dia, acordou às 8h30min com o corpo pesado, contraído e dolorido. Muito dolorido. Recorreu então a um velho recurso: desligou a ideia da dor. Levantou-se de súbito, mal conseguiu sentar (as pernas cobravam a carga da noite anterior) e preparou o café. Aos poucos, a engrenagem desenferrujou:
– Eu ligo no automático. A gente está acostumada a bloquear a dor. Não penso "Ah, estou dolorida". Eu levanto logo, do contrário não saio da cama.
Especialista em traumatologia, o médico José Paulo Flores não vê dificuldade maior na dor muscular se o atleta está consciente do limite, embora defenda uma reeducação do esporte direcionada à saúde, com ajuda de tecnologias e equipes multidisciplinares. Em todos os casos, o dolorido de treino e prova é recuperável.
O problema é quando a dor passa a ser crônica, como no exemplo do atleta que compete com lesão nas costas para atender a contrato ou por força do que chama de "pseudo-heroísmo".
– Não é aceitável. Equivale a furar o pneu e continuar andando por mais 20 mil quilômetros. Com a tecnologia de hoje e as comissões multidisciplinares dos clubes, é possível perseguir um padrão mais saudável. O medo de ser tratado como um fraco ou ser preterido pertence à velha cultura do pensamento heroico – diz o médico.
Halterofilista de 26 anos, o paulista Fernando Reis vai à Olimpíada do Rio com a meta de levantar em arranque 245 quilos e totalizar 440 quilos. Um desafio oceânico mesmo para quem foi ouro nos Pan de Guadalajara e Toronto, com seus 152 quilos fornidos em seis refeições diárias que acumulam entre 6 mil e 9 mil calorias. O esporte de Fernando é um dos mais impactantes no corpo. O treino, sob o comando do técnico cubano Luiz Lopez, também. A busca é pelo esgotamento total.
– Depois de um tempo a gente entende mais o corpo, diferencia os tipos de dor, se é lesão muscular, tendão, tendinite, fala para o treinador, que adapta o treino. A dor tem de ser com saúde – diz Fernando, no mesmo tom de José Paulo Flores.
Apesar do incômodo diário, a dor muscular atemoriza menos do que a lesão. Luxação, ruptura de ligamento ou contusão doem por serem contundentes e, muito pior, porque interrompem treinos ou cortam competições. A frustração pela parada e pelo aborto de um projeto é mais arrasadora do que a inconveniência dos músculos travados.
"Olhem, até o pulmão dela está doendo"
É antes de uma grande competição como a Olimpíada que a perseguição de índices, vagas e superações se aproxima do desgosto da lesão. Mayra preparou-se para os Jogos de Londres convivendo com o ombro luxado. Nem levava muito em conta uma antiga lesão no cotovelo, que a acompanhava desde os 11 anos. O ombro saía do lugar durante os treinos, e ela tinha de lutar assim mesmo, não podia parar. Já havia sido bronze no mundial de Paris e no Pan de Guadalajara um ano antes, não perderia a chance de buscar medalha nos Jogos de 2012.
– Em todos os treinos, eu chorava de dor e pavor. Estava chegando a uma Olimpíada naquelas condições, aquilo era horrível – conta Mayra. – Quando não consigo executar algo por cansaço ou por dor, eu me cobro muito e choro, boto para fora.
Em Londres, o pesadelo só aumentou. Na primeira luta, ao fazer uma pegada errada, Mayra sofreu lesão no punho esquerdo. Não conseguia amarrar o quimono, e era apenas o começo da competição. O médico da seleção brasileira aplicou uma infiltração, mas avisou: no outro dia, a dor seria infernal. Desesperada, antes de voltar ao tatame Mayra suplicou:
– Pode fazer o que tem de fazer, doutor, quero estancar a dor agora, amanhã não importa.
Aliviada, venceu as duas primeiras lutas. No terceiro desafio, já numa semifinal, levou da americana Kayla Harrison (sua arquirrival) uma chave no mesmo cotovelo esquerdo lesionado 10 anos antes. Perdeu a luta. Outra vez o médico interveio. Mayra ainda brigaria pelo bronze, mas agora, além do ombro luxado, trazia descontados o punho e o cotovelo do braço esquerdo, que é seu dominante. Lesionada, com dor e sob a tensão da disputa por medalha, a gaúcha aplicou um ippon em dois minutos contra a holandesa Marhinde Verkerk. O bronze estava garantido. O sofrimento também: o dia seguinte foi excruciante.
Também medalhista de bronze em Londres, ouro no Pan de Guadalajara em 2011 e prata no de Toronto, no ano passado, o judoca Felipe Kitadai, 26 anos, é outro que tem a Olimpíada do Rio como destino. Antes, ele tem de vencer a dor. O paulistano radicado em Porto Alegre recupera-se de lesão no ombro esquerdo sofrida em março. Por isso, a cena do treino naquela quinta-feira, 14 de abril, na Sogipa era um tanto curiosa.
Enquanto 10 duplas se exercitavam no centro do tatame, a um canto, o meio-ligeiro lutava contra um garoto. Evitava os movimentos com o ombro afetado e, mesmo assim, levava o colega ao chão:
– Tenho um pequeno incômodo e só. Nada mais é tão dolorido, já me acostumei. Quando comecei, pensei que as dores passariam se ficasse mais forte. Me fortaleci, os treinos se tornaram mais puxados, e o dolorido continuou. Já não me abalo mais – diz Kitadai.
No mesmo dia, Maria Portela treinou contra o judoca Diego Caixeta, espécie de seu sparring, maior do que ela. Maria o derrubou por ippon várias vezes com naturalidade, uma expressão severa e o olhar apertado.
– Olhem, ela está em exaustão, até o pulmão está doendo neste momento – aponta o técnico Antônio Carlos Pereira, o Kiko.
Após o treino, Maria procura os fisioterapeutas que estão de socorristas ao lado do tatame, munidos de ultrassom, spray e um aparelho de eletroestimulação contra a dor. Ela se submete a tratamento de dores no joelho e no ombro.
– Parece que engessa a articulação. Quando estico a perna, dá uma travada. No outro dia em casa, então, a gente mexe e dói. Tem de sair da cama de ladinho – revela a judoca, bronze nos Pan de Guadalajara e Toronto.
Após uma semana de treinos diários, duas vezes por dia, não sobra ânimo para vida social no final de semana. Descansar na frente da TV é a badalação mais radical. Quando muito, um jantar fora, desde que não haja muito deslocamento. No judô da Sogipa, ainda tem o agravante do treino no sábado.
– O Kiko nos mata de treino aos sábados para a gente nem pensar em sair no fim de semana – brinca Maria.
Técnico de judô da Sogipa, com quatro medalhas de ouro em Mundiais (João Derly em 2006 e 2007, Tiago Camilo em 2007 e Mayra em 2014), e três medalhas olímpicas (Tiago em 2008, Mayra e Kitadai em 2012), Kiko justifica a exigência:
– Grandes atletas buscam essa dor do limiar físico. Nem todos a suportam. Além das variáveis físicas, técnicas e táticas de alta performance, o supercampeão aguenta por mais tempo o limite da dor intensa, é emocionalmente melhor preparado para o sofrimento.
"Às vezes, acordo com a sensação de estar caindo num buraco"
Ao final do pré-olímpico, em 24 de março, o remador William Giaretton saiu saltitante da raia de Valparaíso, no Chile, após concluir 2 mil metros na condução do barco double skiff. Ele e o parceiro Xavier Magi recém haviam vencido a prova e garantido vaga para a Olimpíada do Rio. Anestesiados pela adrenalina, a dupla festejou ainda livre do incômodo provocado pelo exasperante jogo de flexionar e estender as pernas para dar impulso ao barco, duas vezes mais do que com os braços.
Revendo uma das fotos do momento após o final da prova, os adversários aparecem prostrados em dor. Quem vem atrás e persegue o líder emprega uma força desesperada e sofre um desgaste fulminante, pois o remo utiliza grande massa muscular na perna, no tronco, no ombro.
Vitoriosos, William e Xavier foram para o hotel ainda inteiros. Fizeram imersão no gelo na banheira do quarto – o treinador ou o nutricionista providencia quilos de gelo. E aguardaram pelo pior. Em algum momento a dor chegaria, inclemente.
Quatro horas depois da prova, a fadiga se apresentou. William já estava deitado. Para mudar de posição, tinha de se esticar devagar.
– É como subir correndo seis, sete andares. A perna trava, queima muito, parece que vai explodir – conta William.
A saída honrosa foi pensar na conquista, na Olimpíada. Tem de valer a pena tamanho sacrifício. Nem sempre há rota de fuga da dor.
Horas de sono depois, já na madrugada, William acordou em sobressaltos por causa de um sonho:
– Às vezes, acordo com a sensação de estar caindo num buraco. É um mal-estar provocado pela dor.
O médico Flores explica:
– A fadiga não se restringe ao corpo, é psicológica e subjetiva, e por isso cada atleta tem sua percepção da dor. Como o caso da queda no buraco, há vários outros relatos, da perna pesada, por exemplo. Cada esporte tem suas mazelas.
Na manhã seguinte em Valparaíso, para deixar a cama, William teve de empreender dura batalha mental. Quase não conseguia andar até o café. Pernas e braços pesavam bem mais do que o normal.
A dupla do União ainda remou em mais três provas pelo Sul-Americano no Chile, conquistou prata, bronze e ouro e retornou a Porto Alegre. Nas 48 horas seguintes, William e Xavier padeceram em desconforto.
"Os treinos conseguem ser piores do que a prova"
Às vezes, a dor desaparece em meio ao arrebatamento da emoção. A primeira vez em que a nadadora gaúcha Graciele Herrmann conseguiu índice olímpico e marcou 25s12 nos 50m livres foi em dezembro de 2011. Ela não se lembra de nada da prova, no Troféu Maria Lenk, no Rio. Guarda vaga recordação do comentário de alguém: "Tua saída foi muito boa".
– Não lembro nem se senti cansaço muscular na hora. Foi muito estranho – conta Graciele.
Foi mesmo uma reação inusitada. Velocista das águas, quando leva a mão à borda da chegada Graciele costuma ter a sensação das pernas bambas, tamanho é o esforço do jogo de impulsão na piscina. Nos 15 últimos metros dos 100m, as contrações dão impressão de cãibras nas pernas.
– Mas o treino consegue ser muito pior do que a prova. As cãibras aparecem mais na hora da musculação, que é muito forte. Dá cãibras na coxa, no posterior – diz a atleta de 24 anos, há nove nadadora do União.
Graciele se refere a uma hora e meia de levantamento de peso, salto e agachamento, todos os dias no meio da manhã, após ter nadado duas horas, entre 8h e 10h. À tarde, são mais duas horas na água, e o dia parece não terminar. Brincadeira usual entre os nadadores é conferir no colega se o trapézio do ombro está doendo.
– Nossa, não dá nem para pensar em tocar na gente – ela afirma.
Em preparação para a Olimpíada do Rio, Graciele trancou a matrícula do semestre no curso de Fisioterapia do Centro Universitário Metodista IPA. Não adiantaria permanecer aos cochilos na aula à noite. Para dormir em paz, muitas vezes é necessário tomar relaxante muscular. Não raro ela se recolhe à cama da mãe e acaba fazendo estragos. Dona Selma se queixa dos chutes e das braçadas desferidos pela filha por causa das contrações dos músculos.
No outro dia, o despertar foi às 6h30min. Ao primeiro gesto de se espreguiçar, bateu a sensação da cãibra. Não havia no que pensar. Às 7h30min começaria o aquecimento e, às 8h, teria de voltar à piscina.
A esta época, a natação retoma um ciclo de preparação, espécie de segunda pré-temporada do ano, antes de aliviar a carga perto da Olimpíada. André Pereira, nadador do União, especialista dos 200m livre, conquistou em abril índice para participar do revezamento 4x200m na Olimpíada do Rio. Ele tem feito de 12 a 15 quilômetros diários na água, além dos mesmos treinos físicos que atormentam Graciele. À noite, está acabado, apesar dos 22 anos. Ao executar sua prova de 200m em 120 braçadas, André convive com uma inquietante tendinose no ombro, que é mantida sob controle com a ajuda de três sessões de fisioterapia por semana. E com o socorro de muito gelo.
Não há atleta de alto rendimento sem variedade de bolsas de gelo em casa. Pode não ter muita comida na geladeira, mas está lá o gelo, um regenerador natural.
– Saio da piscina, já pego um potinho de gelo e coloco no ombro para a dor não acumular. Chego em casa e continuo com o gelo. As costas e o trapézio doem, aí uso bolsa de água quente. O segredo de tudo é voltar regenerado para o treino do dia seguinte – resume.
"Quando passo a linha de chegada, é uma pressão absurda na cabeça"
Entusiasta do gelo, o treinador chefe de atletismo da Sogipa, José Haroldo Gomes, o Arataca, alardeia as faculdades de analgésico e anti-inflamatório. Em casos extremos de dor, ele defende o uso com hora marcada, mesmo na madrugada. A cada duas horas, o atleta acorda e aplica o gelo durante 25 minutos, dorme e assim segue a rotina.
– Primeiro, vence quem suporta mais a dor. Segundo, o que faz aguentar a dor? A renúncia das coisas boas da vida pelo repouso. Isso é pesado, é o diferencial. Para o atleta, sexo é bom. O problema é a energia gasta com o tempo da caça, de balada em balada. Se não descansa, não repara a dor e treina mal – ensina Arataca.
Experiente e uma das maiores vencedoras do atletismo gaúcho nos 100m, 200m e 400m rasos, Ana Nique de Souza, 27 anos, costuma usar uma lógica na carreira: o treino extenuante traz esgotamento e dor, que exige repouso, que requer renúncia e que proíbe a saída com amigos.
– Nessa hora eu lembro da prova, na minha chegada dos 400m. Com ácido lático por todo o corpo, dói glúteo, perna e dá uma dor absurda na cabeça. Depois dos 300 metros, nos últimos cem a mente reage mas o corpo não obedece. Eu quero ir para a frente, e ele não vai. Quando passo a linha de chegada, desabo, com aquela pressão horrível na cabeça e todas as dores – rememora Ana.
Fundista pentacampeão brasileiro e sul-americano sub-18 e sub-20, Ioran Etechechury vive o terror nos últimos 200 metros dos 1.500m e no quilômetro final dos 3 mil metros com obstáculos.
– O cérebro manda: "Para, para, teu corpo não vai aguentar". Mas a gente está treinado a continuar – diz Ioran.
Quase todos os finais de prova são com dor. Josiane Bica dos Santos, medalha de bronze no Troféu Brasil e vários títulos estaduais no lançamento de disco e no arremesso de peso, viajou de ônibus para disputar o Aberto de São Paulo do ano passado com dois componentes ameaçadores: uma extrema dor na lombar de última hora, agravada pela viagem, e a pressão por pódio.
– Às vezes, a dor no ombro lembra a dor do parto – compara a arremessadora de 31 anos, mãe de Bernardo, seis anos.
O limiar com a lesão é tênue. Anderson Henriques, gaúcho corredor dos 400m, sofreu fascite plantar e treinou até não suportar mais. Recuperava-se, voltava a treinar e parava de novo. O médico recomendou cirurgia, o que poderia afastá-lo da Olimpíada do Rio. Anderson optou por continuar. Adaptou os treinos e vai para os Jogos driblando a dor.
"Sensação de um sedentário que se atreve a correr maratona"
O ginasta Mosiah Rodrigues carregava todas as suas aflições nos ombros. No interminável minuto em que executava os cinco movimentos da série de argola e se detinha suspenso no ar, estático, em cruz, a articulação do ombro sofria muito além da conta. Não era sua especialidade, o esforço se tornava cruel. Outros atletas, mais atarracados e de braço curto, até passam pelo exercício sem suplício.
O que o público vê pela TV é a parte glamorosa da ginástica. Ali, na competição, de apresentação única, a adrenalina da hora amortece os efeitos. Drama mesmo está na repetição das séries em treinos 10 a 15 vezes por dia, com o íntimo compromisso de se superar a cada uma delas, sem piedade consigo próprio.
– A sensação é de um sedentário que se atreve a correr maratona e fica destruído – diz Mosiah.
Não se trata de trauma. Mosiah nunca quebrou um dedinho na ginástica. A dor maior vinha da repetição. Ainda que usasse toda a tecnologia na prevenção, se submetesse à fisioterapia e amenizasse o infortúnio com adaptações:
– Não pensava nela. Mas sabia que ela estava ali.
Só uma vez a dor no ombro o obrigou a parar. Já não conseguia executar certos movimentos na argola e na barra e se submeteu à cirurgia, em fevereiro de 2006. De resto, virava-se com as bolhas que estouram e deixam as mãos em carne viva – o que não chega a ser problema na ginástica artística. Se ela surge em um aparelho, o atleta muda o foco para o solo ou o cavalo sem alça, até cicatrizar a mão e criar o tão cobiçado calo. Mãos calejadas são a proteção do ginasta.