A Chapecoense completou, neste domingo, o que pode ter sido considerado um passeio pelo Campeonato Catarinense. O imponente Verdão do Oeste cumpriu um estágio obrigatório no Estadual, tratando o campeonato local como preparação para o Brasileiro.
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O time da casa, contudo, levou um grande susto na decisão, precisou passar por momentos de tensão até respirar aliviado. O lado verde, muito mais qualificado técnica, tática e fisicamente que todos os outros disputantes do torneio, teve que mostrar ser também um grupo com garra para superar o temporal que caiu na Arena Condá e segurar um Joinville guerreiro e que nunca desistiu de lutar pelo título.
Para a Chape ratificar sua superioridade e levar o título catarinense, neste domingo, encarou um Joinville que não encontrou soluções no duelo de ida, quando perdeu por 1 a 0, mas que, no jogo de volta, saiu na frente do placar. Não foi o suficiente, já que cedeu o empate, além de precisar vencer por dois gols de diferença. Resultado final: 1 a 1. No placar agregado, 2 a 1 Chapecoense.
A equipe treinada por Guto Ferreira fez um turno soberano, sofreu um pouco com a natural queda de rendimento no returno e, depois, nas finais, ditou o ritmo. A camisa verde, agora com o moral do quinto título catarinense na sua coleção, parte para a Série A com a expectativa de fazer bonito na elite.
No jogo decisivo da Arena Condá, novamente os técnicos apostaram em formações que primavam por povoar o meio-campo. A situação se mostrou mais favorável aos donos da casa. Já que a chuva torrencial que despencou sobre a Arena conferiu ao duelo um jeitão de polo aquático.
Uma configuração que não interessava ao JEC, time que precisava do resultado. Tudo que havia de tática deu lugar a chutões e tentativas de complicar a defesa e os goleiros adversários devido às poças d'água.
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E diante da quase impossibilidade de armar jogadas de forma consciente, somente aos 10 minutos surgiu a primeira chance de gol. Num chutão, a bola sobrou para Gil, cara a cara com Agenor. Em condições normais, seria uma ótima chance. Do jeito que estava o gramado, o chute sequer tomou a direção da meta.
O gramado pesado trouxe também um ambiente propício a jogadas ríspidas. E, aos 14 minutos, a primeira confusão: após dividida forte entre Josimar e Naldo, houve pelo menos um minuto de discussão entre os atletas. O árbitro Sandro Meira Ricci administrou a situação. Não deu cartão e depois conversou com os capitães.
Aos 18 minutos, a arbitragem determinou que o jogo parasse, diante das condições do gramado. Aos 24 minutos, a partida recomeçou. E logo outra jogada forte, em que Naldo acertou Ananias. No lance, o volante do JEC levou a pior, uma forte pancada na cabeça.
A partir dos 30 minutos, o gramado melhorou um pouco com a diminuição da intensidade da chuva. Preocupado com a parte tática, Hemerson Maria tirou Juninho e colocou William Paulista, visando a ter um jogador de referência. Logo depois, Naldo sentiu lesão e Maria teve que fazer a segunda substituição: Cadu na vaga de Naldo.
Quando tudo parecia mais complicado para o JEC, a bola parada sempre ameaçadora do Tricolor do Norte apareceu. Numa cobrança de escanteio, a dupla de zaga da Chape vacilou e Diego Felipe apareceu, aos 41 minutos, para abrir o placar. Justamente a aposta do técnico, a surpresa da escalação, deixou sua marca. A auxiliar Nadine Bastos havia dado tiro de meta, mas o árbitro assumiu acertadamente o lance e deu escanteio.
Aos 49, já nos acréscimos, Kempes quase empatou. Aproveitou bobeira de Agenor, limpou o goleiro, mas optou por cruzar para área, errando a pontaria. A primeira etapa durou até os 56 minutos.
Nos 45 minutos finais, o gramado já não tinha mais acúmulo de água. A Chapecoense tratou de tentar ameaçar o JEC e passou a ditar o ritmo de jogo. Aos 10 minutos, Cleber Santana, de falta, exigiu boa defesa de Agenor. Na sequência, foram várias sequências de lances dentro da área do JEC, sem que o Verdão acertasse o alvo.
Aos 22 minutos, o lance que poderia mudar o destino. Pereira surgiu cara a cara com Danilo, arrematou e o goleiro da Chape salvou. Na sequência, aos 23 minutos, o gol do título: Bruno Rangel, que saiu do banco, fez o que sabe de melhor: invadiu a área e garantiu o empate.
FICHA TÉCNICA
CHAPECOENSE (1)
Danilo; Gimenez, Rafael Lima, Thiego (A) e Dener; Josimar, Gil (A), Cleber Santana e Ananias; Lucas Gomes (Hyoran) e Kempes (Rangel)
Técnico: Guto Ferreira
JOINVILLE (1)
Agenor; Edson Ratinho (A), Rafael Donato, Bruno Aguiar e Diego; Naldo (Cadu), Diones, Diego Felipe (Felipe Alves), Pereira e Juninho (William Paulista (A); Adriano.
Técnico: Hemerson Maria
Arbitragem: Sandro Meira Ricci, auxiliado por Nadine Câmara Bastos e Kleber Lucio Gil
Gols: Diego Felipe, aos 41 minutos do primeiro tempo. Bruno Rangel, aos 23 do segundo tempo.
Local: Arena Condá, em Chapecó.