Podem ser pouco mais de 100 dias de uma longa e dura realidade. A partir deste 12 de março até possivelmente o final de junho ou início de julho (se estiver no quadrangular final), o Caxias vai enfrentar um dos campeonatos mais difíceis de seus 80 anos de vida.
Campos ruins, estádios sem estrutura, árbitros de segunda linha, adversidades diversas, pressão de torcidas, jogos sem televisionamento e uma única vaga ao Gauchão de 2017 são algumas das características da peleada Divisão de Acesso. O duelo contra o União Frederiquense, às 17h deste sábado, no Centenário, é apenas o início de uma angustiante jornada.
- Vamos reescrever a nossa história - confia o presidente Maurício Grezzana.
Para ter sucesso na Segundona não basta um bom time. É preciso ter uma equipe aguerrida, forte psicologicamente, chata fora de casa e impiedosa em seus domínios. São esses conceitos que o Caxias vai tentar seguir ao longo das três fases da competição.
Na primeira, serão sete adversários e 14 jogos em 51 dias. A meta não é difícil. Afinal, se classificam cinco de oito clubes. A dificuldade aumenta na segunda fase, quando cinco times disputam duas vagas. O lado bom é que serão quatro adversários conhecidos da etapa anterior e oito jogos em 33 dias, também no sistema de ida e volta. Na terceira e última fase, quatro concorrem a uma única vaga e o futuro de cada um será decidido em seis partidas.
No Centenário, a estratégia é dar um passo de cada vez e bloquear o pensamento lá na frente.
- Eu penso muito jogo a jogo. Queremos fazer uma campanha equilibrada para estar entre os cinco classificados da primeira fase. No momento em que estivermos classificados, aí vamos pensar na outra fase - diz o técnico Beto Campos.
A grande incógnita é se a turma "forasteira" do Caxias vai conseguir se adaptar às agruras da Divisão de Acesso. Dos 11 titulares até o momento, cinco são de outros Estados: Veloso (Minas Gerais), Ramon (Distrito Federal), Marlon (Paraná), Fidélis e Clebinho (São Paulo). Na reserva, pelo menos mais três "estrangeiros": Geninho (Sergipe), Glauber e Douglas Camilo (São Paulo).
Por outro lado, os experientes Marcelo Pitol, Lacerda e Ícaro, além de Juliano Tatto, Nicolas e Dinei poderiam dar aula de como se joga nos Pampas. Basta ensinarem aos atletas de fora que no Rio Grande do Sul nunca está morto quem peleia.
- A gente vai ter dificuldades porque é uma competição difícil, mas o segredo é manter a regularidade porque num campeonato como esse é importante não oscilar. Particularmente, gosto desse estilo de jogo do futebol gaúcho e do estilo do nosso time, com marcação forte e saída rápida para o ataque - destaca o atacante Nicolas, natural de Alegria (RS).
O Caxias deve jogar com Marcelo Pitol; Veloso, Ícaro, Lacerda e Juliano Tatto; Ramon e Fidélis; Clebinho, Marlon e Nicolas; Dinei. É um 4-2-3-1, com variação para o 4-1-4-1.
Fora da elite
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Adão Júnior
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