O Morumbi receberá, às 17h deste sábado, a última partida de Luis Fabiano como jogador do São Paulo no estádio - talvez até na história do clube. Pior para o Figueirense, adversário da 37ª rodada do Campeonato Brasileiro, que encontrará o segundo maior artilheiro da casa tricolor – 124 gols, contra 133 de Serginho Chulapa – disposto a ter uma despedida de gala diante da torcida.
– Provavelmente será minha despedida do Morumbi. Um jogo especial, sim. Ainda não tenho destino certo. Deixei para definir depois dos jogos importantes. Eu cheguei a sonhar em ser o maior artilheiro da história do clube, não foi possível, mas já estou entre os três primeiros e isso ficará marcado – destacou o camisa 9, autor de 211 gols pelo Tricolor.
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A vida de Fabuloso no Morumbi começou em 2001. De lá para cá, foram 170 partidas e dois títulos conquistados: o Torneio Rio-SP de 2001 e a Copa Sul-Americana de 2012. Em 2007, pela Seleção Brasileira, o atacante foi o nome da vitória por 2 a 1 sobre o Uruguai nas Eliminatórias, marcou duas vezes, foi ovacionado e beijou o escudo de concreto do São Paulo que fica ao lado do gramado. Já o último encontro com a torcida foi a vitória de virada por 4 a 2 sobre o Atlético-MG na 35ª rodada do Brasileirão, placar concluído justamente por uma cobrança de pênalti certeira do artilheiro.
– É mágico! Sempre foi especial jogar lá, desde que cheguei. Não tem explicação, até quando vim com a Seleção . Ali eu sei o caminho, eu dou sorte, a bola sobra. Tem algo especial nessa relação. Quando saí em 2004 fui pego de surpresa e não me despedi. Estava de folga e fui vendido (ao Porto). Não sei como serão minhas reações, meus sentimentos. Sei que estarei emotivo, não sei como estará o coração, mas tenho que me concentrar para um jogo importante que pode levar o time para a Libertadores. Quero ter tranquilidade para desempenhar meu melhor. Quero me despedir bem e feliz – projetou.
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Para que a história de Luis com o Morumbi termine feliz, o São Paulo precisa se classificar para a próxima edição da Copa Libertadores da América. A vaga não pode ser confirmada neste fim de semana, mas uma derrota do Internacional para o Fluminense, no Maracanã, no sábado, e um tropeço do Santos diante do Vasco, domingo em São Januário, deixarão o Tricolor a um empate da classificação na última rodada, em 6 de dezembro, contra o Goiás. Só então, com o ambiente mais tranquilo, Fabuloso definirá seu destino - provavelmente o Tianjin Songjiang, da China, treinado por Vanderlei Luxrmburgo.
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Luis Fabiano:
Espera ser homenageado pela diretoria antes do jogo?
O momento é de homenagear o Rogério Ceni. Para mim já basta a homenagem da torcida, a apresentação inesquecível que tive. Tudo o que recebo nas redes sociais já está sendo legal, então não precisa o clube fazer nada. O que vai ficar são os números, a história e os gols. O jogo de amanhã pode ser o último momento feliz, não sei o que sentirei, mas espero me despedir com vitória e, se possível, com gol e classificado para a Libertadores.
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O que ficará guardado em sua memória?
O carinho que recebi aqui, não recebi em nenhum lugar. Isso ficará marcado. Deixo meu nome registrado, mesmo que de forma discreta, como terceiro maior artilheiro. Vai ser difícil chegar nessa marca. Infelizmente meus anos aqui tiveram vários problemas e confusões, mas nada de negativo vai apagar o amo que tenho por esse clube. Saio de cabeça erguida e satisfeito. Levo o clube no coração, passei a amá-lo. Muitos torcem para um e jogam no rival, mas eu tive a felicidade de jogar no clube que aprendi a amar. Isso foi importantíssimo e foi demonstrado pelas vezes que passei do limite. Nunca aceitei perder com essa camisa e extrapolei em alguns momentos, mas não me arrependo de nada.
Tem algum arrependimento? Como espera ser lembrado?
Tive grandes oportunidades que deixei para vir aqui e não posso me arrepender. O que sempre vem na minha memória foi a apresentação, uma coisa inédita no Brasil. Os gols, os títulos do Rio-SP e da Copa Sul-Americana, os números, o tempo de trabalho e o carinho nas ruas. Tenho certeza de que 100% sentirá saudade depois de um tempo. Além de ser o terceiro maior artilheiro, era um cara esquentado! Meus filhos falam que eu sou bravo, pego no pé... É meu jeito de ser e foi assim que cheguei longe na minha carreira. Espero que lembrem mais pelos gols do que pelas confusões e cartões.
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Faltou algum título maior?
Foram anos complicados em que não formamos grupos vencedores. Futebol é coletivo. Gostaria de sair com Libertadores ou Brasileiro, mas saio satisfeito por tudo o que fiz. Se fosse tênis poderia ser diferente, mas como é coletivo não saio frustrado porque dei meu melhor e talvez tenha faltado outra coisa.
Essa foi sua última entrevista?
Não vou me despedir ainda, porque talvez faça outra me despedindo oficialmente. Vou esperar amanhã ver o que acontece e durante a semana dar a coletiva de despedida, de obrigado, abrir o coração realmente e falar que foi tudo maravilhoso. Espero vir semana que vem com um golzinho e a classificação, para só aí poder abrir o coração (risos).
* LANCEPRESS