Cobrar uma medalha olímpica na grande maioria das vezes é uma violência contra qualquer time ou atleta. Todos estão sujeitos a perder e, por maior favoritismo que exista, nunca haverá todas as garantias. A história é cheia de exemplos neste sentido. Exigir o ouro, então, é o superlativo da pressão. Par a não cometer tal absurdo, os brasileiros devem usar táticas mais brandas, mas não abrir mão jamais de esperar não aceitar algo diferente do primeiro título olímpico do futebol masculino nos Jogos do Rio.
O favoritismo brasileiro é indiscutível pelo simples fato da Seleção ser quem é e estar jogando em casa. As chances são imensamente maiores do as que se tinha de ser campeão da Copa do Mundo em 2016. Por mais que se veja fragilidades no time sub-23 que vem atuando, em Olimpíada é preciso fazer o comparativo. Quem tem grupo de jogadores melhor mundo a fora?
E Neymar ainda deverá entrar com outros dois como "coringa", acima dos 23 anos. Para se ter uma ideia, os europeus não ganham ouro no futebol masculino desde 1992, quando deu Espanha...em Barcelona. Fator local determinante. De lá para cá, sempre o Brasil ficou pelo caminho perdendo para só para os que viriam a ser campeões, mesmo em 2004, quando não foi a Atenas.
Os grandes inimigos sempre são sul-americanos - entenda- se - Argentina - as surpresas africanas e o México que inesperada e merecidamente vitimou o time de Mano Menezes em Londres. Para o ano que vem não se ouve falar em nenhuma outra seleção com destaques individuais ou coletivos capaz de colocar medo no Brasil. Dunga já conhece os perigos e só perdeu o ouro em 2008 na China porque teve pela frente uma Argentina de Messi uma turma fortíssima na semi-final. Agora, nem os "hermanos" estão a ponto de amedrontar os brasileiros.
Depois do Maracanazo de 50 e do fiasco do Mineirão de 2014, o ouro Olímpico é mais do que uma chance de conquista para o futebol brasileiro e para a CBF, mesmo que os que a dirigem não mereçam. Virou questão de honra, uma obrigação, por mais que esta exigência possa ser tida como violência. Nunca mais haverá oportunidade igual, especialmente num cenário em que por mais de uma vez já se cogitou retirar o futebol do calendário das Olimpíadas.