Antes de sua visita a Santa Maria, nesta terça-feira, às 11h, para a inauguração do Laboratório de Performance em Ambiente Simulado (Lapas) da UFSM, o ministro do Esporte, George Hilton (PRB), respondeu a questionamentos do "Diário". Hilton falou sobre a importância do Lapas às vésperas dos Jogos Olímpicos do Rio 2016.
Ele abordou, ainda, a possibilidade de extinção do Bolsa Atleta e afirmou que, apesar da crise, o investimento de R$ 3,7 milhões para a construção de um Centro de Iniciação ao Esporte (CIE) em Santa Maria está garantido.
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Há dois anos, o governo federal anunciou que Santa Maria seria uma das cidades brasileiras a receber o CIE. O centro esportivo, que contemplaria pelo menos 13 modalidades (entre elas atletismo, basquete, badminton e levantamento de peso), além de outros esportes paraolímpicos, seria construído na Maringá (bairro Diácono João Luiz Pozzobon), região leste da cidade, em uma área de 7 mil metros quadrados.
No entanto, um problema no terreno teria impedido a evolução das tratativas. O ministro garante que, apesar da demora, os recursos estão assegurados. Segundo ele, basta a prefeitura "indicar o terreno e executar o processo de licitação".
De acordo com o prefeito Cezar Schirmer (PMDB), a visita do ministro do Esporte servirá, também, para encaminhar uma definição sobre um novo terreno para a obra:
- Tivemos de mudar o local. O centro proposto não cabia no terreno da Maringá. Entregamos o terreno da Maringá para fazer o Minha Casa Minha Vida e um posto de saúde. A ideia é criar esse centro na área do Jockey (Parque Municipal Jockey Club, no bairro Juscelino Kubitschek). Mas o ministério (do Esporte) não está querendo aceitar a troca - informou Schirmer.
O QUE FAZ O LAPAS
Com equipamentos de ponta, o laboratório avalia o comportamento do atleta em situações extremas, e também desenha um treinamento específico para obtenção de melhores resultados. É o primeiro do país a desenvolver simulação de altitude, temperatura, umidade e outras condições que interferem no treinamento de atletas.
Confira, abaixo, a entrevista de George Hilton.
Diário de Santa Maria - Santa Maria exporta talentos individuais no esporte (como o canoísta Gilvan Ribeiro e a judoca Maria Portela oriundos de projetos sociais), mas não consegue ser protagonista em modalidades coletivas, como o senhor acha que poderia mudar essa realidade?
George Hilton - Não são só os clubes de futebol de Santa Maria que passam por dificuldades. O futebol brasileiro passa por uma crise de gestão que tem reflexos dentro dos gramados. Para enfrentar esse problema foi aprovada, no Congresso Nacional, uma lei que ganhou o apelido de Profut. Nessa lei estão postas as condições para que os clubes (grandes, pequenos e médios) reformulem suas administrações, quitem suas dívidas, regularizem a situação de seus atletas e funcionários.
Diário - Em 2013, Santa Maria era candidata a receber um Centro de Iniciação ao Esporte (CIE), que contemplaria um ginásio poliesportivo para a prática de diversas modalidades olímpicas e paraolímpicas. Há uma previsão de Santa Maria receber esse CIE?
Hilton - Santa Maria foi selecionada para receber um CIE modelo III, que, além do ginásio para prática de diversas modalidades olímpicas e paraolímpicas, tem pista de atletismo. O investimento é de R$ 3,7 milhões do orçamento do Ministério do Esporte. Para começar a obra, a prefeitura precisa indicar o terreno e executar o processo de licitação.
Diário - O Lapas já é referência para atletas de ponta do país. Jogadores do Corinthians e do Goiás, que se preparavam para a Libertadores e seleções brasileira de várias modalidades, como atletismo e canoagem, usaram a estrutura que avalia a capacidade física do atleta em condições adversas, considerando altitude, temperatura, vento e umidade. Quais as chances de o Lapas ser usado na preparação aos Jogos do Rio 2016?
Hilton - Laboratórios como o Lapas são indispensáveis para quem quer ver o esporte em permanente desenvolvimento. Não só do ponto de vista dos resultados em competições, mas para o acompanhamento da vida diária dos atletas, do seu comportamento durante os treinos, nos períodos de inatividade na recuperação de lesões (...) A velocidade com que surgem novas tecnologias, novos métodos de avaliação e treinamentos obriga a uma permanente e intensa atualização. O governo federal será, sempre, parceiro na busca dessa atualização.