O Fifagate derrubou o presidente Joseph Blatter. A Comissão de Ética da entidade - sim, existe uma - o afastou por 60 dias. Horas depois, a sua bela cadeira, em Zurique, na Suíça, foi ocupada pelo camaronês Issa Hayatou, 69 anos.
Aliado desde sempre do suíço, vice da Fifa e presidente da Confederação Africana de Futebol, Hayatou é senhor no continente africano. Sempre garantiu pilhas de votos ao candidato Blatter. Tem força no futebol mundial.
Hayatou informou que não será candidato nas eleições de fevereiro do ano que vem, assume apenas como presidente interino. Se não deixar o cargo depois de 90 dias, sairá depois das eleições.
A África, que havia apoiado João Havelange nos anos 1970, 1980 e 1990, manteve apoio ao sucessor do brasileiro, Blatter. O continente ganhou milhões de dólares em investimento. Nem todo o dinheiro chegou ao seu destino.
Hayatou foi um dos grandes incentivadores da realização da Copa do Mundo da África de 2010. Mas o programa Panorama, da BBC, de Londres, em 2010, acusou Hayatou de ter recebido propina de negociações de direitos de transmissão de TV da Copa do Mundo - assim como vários dirigentes do futebol. Ele esteve ainda envolvido no escândalo da ISL, empresa suíça de marketing esportivo, parceira da Fifa, que atingiu João Havelange, ex-presidente da Fifa, e Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF.
Acusado de corrupção, Blatter sai. Deixa no seu lugar um antigo companheiro, igualmente acusado de receber propinas.
O Fifagate não tem fim.
*ZHESPORTES