Emerson Ferreira da Rosa, 39 anos, que fez sucesso na Roma, no Milan, na Juventus e no Real Madrid, jogou na Seleção Brasileira entre 1997 e 2006. Disputou duas Eliminatórias. Conhece as dificuldades da maior competição sul-americana. Conversei com o ex-volante nesta terça-feira por telefone. Ele alertou o Brasil.
Confira a tabela de jogos das Eliminatórias
O que você acha que pode acontecer amanhã na estreia do Brasil, contra o campeão da Copa América, no Chile?
A atual edição das Eliminatórias, que garante uma vaga à Copa do Mundo de 2018 da Rússia, é uma das mais difíceis de todos os tempos. Todas as equipes da região evoluíram, estão bem, mais competitivas, a grande maioria dos jogadores atua na Europa, como os brasileiros. Antes, só Argentina e Uruguai disputavam a cabeça. Agora, Chile e Colômbia exibem uma boa geração de jogadores. Equador é muito forte fisicamente. Até a Venezuela melhorou.
Que dificuldades a Seleção encontrará no Exterior?
Fora a melhor qualidade do adversário, uma carência na preparação. Imagina: o jogador atua sábado numa partida muito pegada, sai domingo da Europa, chega segunda no Brasil, viaja de novo, faz um treino, dois no máximo, e precisa jogar na quarta ou na quinta-feira. Os campos não são os mesmos da Europa. Muda o fuso, a alimentação e muitos sentem a sequência dos deslocamentos. Não é fácil não. É preciso muita superação, foco.
Evo Morales oferece prêmio por vaga na Copa: "Peçam o que quiserem"
O Brasil está pronto?
Não muito, pois conta com jogadores inexperientes, jovens ainda. A grande maioria não disputou a competição. O Brasil não participou da edição anterior. Era sede da Copa de 2014. A experiência é muito importante.
Você sentia muita pressão?
Sim, de todos os tipos, todos os jogadores sentem. Atuar na altitude de La Paz é um problema, no forte calor do Peru também. Notamos a força da torcida adversária em algumas partidas, a pressão é enorme, bem como a vontade dos jogadores adversários. Certa vez perdemos de goleada para os chilenos, 3 a 0, em Santiago. Eles são sempre muito fortes na sua casa. Naquela vez, porém, não foi pressão. Jogamos mal mesmo. As Eliminatórias de Copa do Mundo são difíceis, mais do que o torcedor imagina.
Ricardo Oliveira elogia seleção chilena: "Tem um trabalho coletivo muito forte"
E os jogos no Brasil?
Nossa torcida é exigente demais. Pega no pé depois de um resultado ruim. Sofremos pressão em nossos estádios também. Nas concentrações, quando a equipe não ia bem, rolava uma brincadeira. Dizíamos: "Ainda bem que vamos jogar fora do Brasil" (risos). Eliminatórias é uma dureza, fora ou em casa.
Acesse o Guia das Eliminatórias Sul-Americanas:
*ZH ESPORTES