Em menos de 15 dias, Lisete Frohlich deixou o cargo de presidente do Riograndense, de Santa Maria, por duas vezes. Porém, agora, parece ser definitivo. Na tarde desta sexta-feira, a então mandatária do clube enviou uma carta de renúncia à imprensa. Em trecho do material, ela cita que o grande obstáculo e um dos motivos principais para deixar o clube é a "forma ultrapassada" de alguns dirigentes:
- O principal obstáculo que enfrentei foi a resistência de antigos dirigentes, que não acreditam que a "profissionalização" seja um caminho a seguir, pois querem manter, a qualquer custo, a forma ultrapassada de administração do clube, pois não visualizam benefícios em ter uma entidade organizada.
Em outra parte da carta, ela comenta sobre a falta de respeito e afirma ter sido ameaçada por alguns dirigentes:
- E, infelizmente, é exatamente pela falta de respeito de alguns integrantes da diretoria que decidi me afastar definitivamente da diretoria do Riograndense. Não admito e não posso aceitar que pessoas mal-intencionadas e sem educação tentem, através de gritos, pressionar e ameaçar a minha pessoa.
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Lisete ainda reitera que não foi afastada do clube pela Associação Amigos do Riograndense, como havia sido ventilado nos bastidores de uma reunião na quinta-feira à noite.
Conforme o presidente do Conselho Deliberativo do Riograndense, Wolmar Heringer, o clube ainda aguarda uma posição oficial de Lisete.
- Essa carta não foi endereçada ao clube. Ela não me oficializou nada. Sou o presidente do Conselho e não fui comunicado de nada. Vamos sentar e conversar na segunda-feira. Por enquanto, ela é presidente do clube. O estatuto garante a permanência dela. Ela só é retirada do cargo por renúncia ou se todos os conselheiros se reunirem e votarem pela saída dela. Só quem derruba é o Conselho. Dois ou três não derrubam ela - garante o presidente do Conselho Deliberativo do Riograndense, apesar da renúncia de Lisete.
Lisete Frohlich foi aclamada presidente do Riograndense em julho de 2014. Permaneceria no cargo até julho de 2016.
A CARTA DE RENÚNCIA
Venho comunicá-los que estou renunciando, de forma irrevogável e irretratável, ao mandato de Presidente do Riograndense Futebol Clube. Fui legitimamente eleita para conduzir o Riograndense na assembleia dia 31 de julho de 2014, para um mandato até julho de 2016. Encontrei o Clube com uma situação financeira precária, com estrutura física e de pessoal deficitária. Propus-me a organizar e administrar esta entidade centenária de forma séria e responsável, fazendo um planejamento estratégico e profissional, sugerindo uma mudança completa da mentalidade na gestão do Clube, para buscar efeitos em médio e longo prazo. Porém, a solução para os problemas do nosso futebol não é tão simples quanto pode parecer à primeira vista.
O principal obstáculo que enfrentei foi a resistência de antigos dirigentes, que não acreditam que a "profissionalização" seja um caminho a seguir, pois querem manter, a qualquer custo, a forma ultrapassada de administração do Clube, pois não visualizam benefícios em ter uma entidade organizada.
Os doze meses que estive à frente da Presidência do Riograndense foram de muita dedicação, trabalho voluntário e abnegado, em prol do Clube e do Esporte. Conduzi o Clube com seriedade, transparência e respeito a todos.
E, infelizmente, é exatamente pela falta de respeito de alguns integrantes da diretoria que decidi me afastar definitivamente da Diretoria do Riograndense.
Não admito e não posso aceitar que pessoas mal intencionadas e sem educação tentem, através de gritos, pressionar e ameaçar a minha pessoa. Não compactuo com os dirigentes arrogantes, que acreditam estar acima do Riograndense e das normas estatutárias e que afirmam que não precisam prestar contas dos seus atos de gestão ao Clube, seus torcedores e associados.
Reputo por inverídicas as notícias de que dirigentes da Associação decidiram o meu afastamento da Diretoria do Riograndense. Saliento que somente a Assembleia Geral do Conselho Deliberativo do Clube do Clube poderia, observando um processo legal, decidir sobre a destituição do cargo de Presidente. Tal fato não ocorreu.
Cumpre-me, assim, esclarecer a questão relativa a Associação dos Amigos do Esporte Amador do Riograndense e a sua relação com o Riograndense.
Aquela Associação, que é uma pessoa jurídica de direito privado, com personalidade jurídica independente do Riograndense, foi criada por torcedores da nossa entidade para ajudar o Riograndense e não para se beneficiar do Clube.
O termo de parceria firmando entre o Clube e a Associação estabelece direitos e obrigações para ambas às partes. Todavia, quando a Diretoria do Riograndense solicitou o cumprimento das obrigações daquela Associação os seus dirigentes afirmaram que não têm obrigação de prestar contas para ninguém. A forma de conduta dos dirigentes da Associação, que se negam a manter um diálogo racional, tornou inviável a minha permanência na gestão do Riograndense.
Quero, neste momento de despedida, agradecer a todas as pessoas, sócios, conselheiros, ex-presidente e patronos, parceiros e patrocinadores que confiaram no meu trabalho, apoiando a gestão dessa diretoria, apostando em um futuro melhor para esta grande instituição que é o Riograndense Futebol Clube.
Obrigada a todos!