O jogo teve todos os ingredientes de um bom clássico. Tensão dentro de campo, rivalidade, disputa acirrada e, principalmente, emoção até o último minuto. No Rio-Nal de ontem, no dia do aniversário de 157 anos de Santa Maria e um dia depois de o Inter-SM completar 87 anos, quem ganhou o presente foram os cerca de 2 mil torcedores que acompanharam o jogo eletrizante que acabou empatado em 2 a 2 no Estádio Presidente Vargas.
Na estreia de Sérgio Savian como técnico no Inter-SM, em substituição a Paulo Porto, e no primeiro Rio-Nal de Feliciano Corrêa como treinador do Riograndense, os times foram para o ataque. E o primeiro gol da partida não demorou muito para sair. Aos 15 minutos, após cobrança de escanteio, a bola sobrou para Gustavo Sapeka, na segunda trave, que só teve o trabalho de completar para o fundo das redes: Riograndense 1 a 0.
Como em todo o clássico, os ânimos estavam exaltados. Aos 23 minutos, Charles chegou mais forte em Marquinhos, que deixou o braço no rosto do adversário. Ambos levaram amarelo. Sete minutos depois, o Inter-SM chegou ao gol de empate. Wesley fez grande jogada pela esquerda, invadiu a área e chutou cruzado, sem chances para o goleiro Charles: 1 a 1.
Aos 43 minutos, o Inter-SM quase virou. Rodrigão recebeu sozinho na área, chutou fraco, e David tirou em cima da linha. O castigo veio dois minutos mais tarde. Tiago Duarte recebeu dentro da área, virou e chutou para fazer o 2 a 1 do Riograndense.
Na segunda etapa, o Riograndense voltou mais defensivo, enquanto o Inter-SM se jogava ao ataque na busca do gol de empate. Aos 16 minutos, o alvirrubro teve um gol anulado. Taffarel fez grande jogada e tocou para Maycon, que fez o gol, mas estava em situação irregular. Um minuto depois, o técnico Sérvio Savian reclamou de um pênalti não assinalado após Rodrigão cair na área.
De tanto insistir, o gol do Inter-SM saiu no final do jogo. Aos 45 minutos do segundo tempo, em cobrança de escanteio, houve um desvio na primeira trave, e a bola sobrou para Marcus, que havia entrado na segunda etapa, que de chapa completou para o gol e empatou o jogo.
Riograndense, Pelotas e Inter-SM têm dois pontos e dividem o terceiro lugar do Grupo D. Porém, nos critérios de desempate, esmeraldinos são terceiros, pelotenses os quartos e alvirrubros os quintos.
Confusão
Os fatos negativos do clássico foram uma pequena confusão na arquibancada que fica atrás de uma das goleiras e os vidros quebrados do ônibus do Riograndense após o jogo. No primeiro episódio, conforme o 2º Batalhão de Operações Especiais (2º BOE) da Brigada Miltar, um torcedor esmeraldino entrou no portão que dá acesso às arquibancadas onde ficam os torcedores do Inter-SM. Ao tentar atravessar a arquibancada para ir ao setor destinado aos torcedores do Riograndense, foi agredido por alguns torcedores alvirrubros. Policiais do BOE apartaram a briga e retiraram o torcedor que agrediu o rival, e nada mais grave foi registrado.
Técnicos descontentes
Os técnicos Sérgio Savian, do Inter-SM, e Feliciano Corrêa, do Riograndense, não gostaram do resultado. O treinador alvirrubro disse que, na sua opinião, seu time foi superior na maior parte do jogo. Além disso, Savian reclama que o árbitro não marcou um pênalti a favor de seu time em cima de Rodrigão.
- Jogamos bem. O caráter dos jogadores tem que ser destacado. Com essa vontade de ganhar dos atletas com certeza vamos chegar lá (classificação _ afirma Savian.
Já o técnico Feliciano Corrêa estava visivelmente decepcionado com o resultado, principalmente por ter tomado o gol aos 45 minutos do segundo tempo. O mesmo já havia acontecido no jogo anterior, quando o Riograndense empatava com o Guarani, em Venâncio Aires, depois de estar vencendo por 2 a 0, e acabou levando o gol de virada no fim do tempo regulamentar. O treinador garantiu que medidas devem ser tomadas:
- Não soubemos valorizar o contra-ataque, pecamos muito. A nossa equipe vem comprometida, mas tem atletas do banco que entram meio desligados. Não é só colocar a mão na cintura, tem que chamar a responsabilidade. Algumas coisas tem que ser mudadas. Tivemos mais um descuido em uma bola parada. Alguma atitude tem que ser tomada, não podemos tomar gol nos acréscimos de novo, alguma coisa está errada - desabafa Feliciano.
Riograndense 2
Thales; Jefferson Prill, David, Rangel e Márcio; Geison, Evandro Moreira, Gustavo Sapeka, Juliano (Dudu Lima) e Marquinhos (Adriano); Tiago Duarte (Édipo)
Técnico: Feliciano Corrêa
Esquema: 4-4-2
Inter-SM 2
Bastos; João Paulo, Bruno Garcia, Diego Rocha e Wesley; Charles (Maurinho), Taffarel, Maicon Sapucaia (Marcus) e Vainer (Diego Sapata); Maycon e Rodrigão
Técnico: Sérgio Savian
Esquema: 4-4-2
Gols: Gustavo Sapeka (R), aos 15 minutos, Wesley (I) aos 30, e Tiago Duarte (R), aos 45 minutos do primeiro tempo; Marcus (I), aos 45 minutos do segundo tempo.
Amarelos: Marquinhos, Tiago Duarte, Juliano, Thales e Gustavo Sapeka (R); Charles e João Paulo (I)
Arbitragem: Márcio Castelli, auxiliado por Luiz Euclides Castiglione e Daniel Brondani
Local: Estádio Presidente Vargas, em Santa Maria