Mais de 30 carros dividem o grid da Stock Car. A disputa por posições costumam ser acirradas, e choques entre os veículos são comuns. Os centésimos fazem uma grande diferença - no primeiro treino para etapa de Velopark, na sexta-feira, por exemplo, 28 pilotos fecharam a volta no mesmo segundo.
Neste domingo, em especial, dois competidores vão para a pista do autódromo de Nova Santa Rita com uma motivação extra para chegar à frente um do outro. Em dia de Gre-Nal decisivo do Gauchão, o gremista Gabriel Casagrande fará de tudo para enxergar o colorado Cesar Ramos apenas pelo retrovisor. E vice-versa.
Além da paixão pela velocidade, ambos têm outro traço em comum: tiveram de aprender a torcer à distância por seus clubes do coração. Nascido há 25 anos em Porto Alegre, Cesar passou seis temporadas competindo na Europa, em categorias com Fórmula 3 e GT Series. Contratado pela Cavaleiro Racing Sports, o piloto voltou ao Brasil em 2015 e ainda busca os primeiros pontos na Stock Car.
Depois de comemorar a mais de 10 mil quilômetros da capital gaúcha os feitos de Índio, Tinga, D'Alessandro, Giuliano e Rafael Sobis na campanha do bicampeonato da América, ele teve enfim a chance de matar a saudade do Beira-Rio na última quarta-feira, quando pela primeira vez assistiu a uma partida no renovado estádio do Inter, na vitória sobre o The Strongest, pela Libertadores.
- A atmosfera do Beira-Rio estava demais - destaca o piloto, que vai acompanhar o clássico na Arena pela TV.
Cinco anos mais novo, Gabriel acostumou-se a acompanhar, desde criança, o Grêmio a mais de 600 quilômetro de distância. Natural de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, o piloto da C2 Team herdou do pai - o gaúcho Edson - a preferência clubística. Nascido em 1995, ano em que a geração de Danrlei, Adilson, Dinho, Paulo Nunes e Jardel conquistou o bi da Libertadores, o corredor escolheu outra data mágica no imaginário gremista para identificá-lo nas pistas do Brasil. Desde 2007, quando corria de kart, Gabriel adota o número 83, uma homenagem ao título mundial.
- Sempre fui muito fissurado pelo Grêmio - diz o paranaense, que conheceu a Arena no ano passado, no triunfo do Grêmio sobre o Vitória pelo Brasileirão.
A segunda corrida da rodada dupla da etapa do Velopark - a terceira do campeonato liderado por Cacá Bueno - deve terminar pouco antes das 15h. Com ingresso já garantido para o Gre-Nal das 16h deste domingo, Gabriel ainda terá de cumprir compromissos de patrocinadores - como visitação ao box - antes de partir para o estádio gremista. Para percorrer os 25 quilômetros que separam o Velopark da Arena, o jovem de 20 anos terá de segurar o ímpeto de piloto: a velocidade máxima da Rodovia do Parque, principal rota para o palco da decisão, é de 100 km/h.