A Copa do Mundo no Rio de Janeiro só não foi perfeita pelo fato de o Brasil não ter tido a oportunidade de jogar no Maracanã. Os cariocas aguardavam com muita ansiedade esta possibilidade, houve muitas críticas, principalmente pelo fato do COL e da CBF terem feito uma distribuição errada das sedes por onde a Seleção passou. Trabalhei em todos os jogos do Maracanã e fiquei impressionado com as festas que os argentinos, alemães, espanhóis, uruguaios e chilenos fizeram no entorno do estádio e nos jogos que realizaram no palco da final.
Há alguns aspectos a descartar, como a invasão de torcedores argentinos, que sem ingressos, conseguiram mesmo com toda a segurança invadir o Maracanã no jogo contra a Bósnia na abertura da sede do Rio de Janeiro. O segundo aspecto também foi a invasão dos chilenos pela entrada de imprensa, alguns causaram pânico aos jornalistas, principalmente, os estrangeiros. Foi uma coisa absurda, inédita no estádio, e tivemos a oportunidade de registrar na hora, por vídeo e fotos o episódio. A partir deste incidente, a segurança foi reforçada no entorno e no interior do estádio.
Um terceiro aspecto foi a venda ilegal de ingressos. Em toda a cidade haviam cambistas vendendo ingressos por preços absurdos, inclusive acabou o assunto ganhando um maior destaque, a partir do momento que a Polícia Civil, numa operação chamada de "Jules Rimet", prendeu 11 cambistas de uma quadrilha internacional que revendiam ingressos promocionais da Match Events, empresa ligada à Fifa, ingressos comuns, e também dos vips.
A prisão do inglês Raimound Wella ganhou destaque da mídia, foi o tema mais discutido no Brasil e no exterior. A libertação dele, e depois uma fuga pela porta dos fundos do Hotel Copacabana Palace, local onde a Fifa tinha os seus executivos hospedados. O inglês fugiu pela porta de saída dos funcionários uma hora antes da polícia chegar. Passados alguns dias, sendo considerado fugitivo da Justiça, ele se apresentou e com os outros cambistas presos, num total de 13, foi levado para o presídio de segurança máxima no Rio.
Estes foram os aspectos mais importantes de uma cobertura jornalística que, desta vez, ao contrário do que eu já tinha realizado na Copa das Confederações, não tive que fazer a cobertura de manifestações e passeatas pela cidade. Foi para mim uma cobertura digna da importância do evento e de nossa organização. O ponto alto eu faço questão de dizer: a alegria das pessoas, principalmente os turistas que foram muito bem recebidos pelos brasileiros, as festas das torcidas, a Fan Fest em Copacabana, os transportes funcionaram, principalmente o Metrô, e a segurança, que pelo menos nos 30 dias do Mundial funcionou na cidade. Agora a cidade mostra que tem condições de fazer uma grande festa nos jogos olímpicos de 2016.