Se o calor atrapalhou jogadores dentro de campo, fora dele, o calor humano do povo de Manaus encantou turistas que acompanharam os quatro jogos realizados na Arena Amazônia. Segundo a Infraero, 260 mil pessoas desembarcaram em Manaus durante a Copa. Dos estrangeiros, destaque para os mais de 35 mil norte-americanos, que valendo-se de voos diretos de Miami, invadiram a capital do Amazonas.
O manaura abraçou a Copa do Mundo. Mesmo sem jogos da Seleção Brasileira na cidade, diversas ruas foram decoradas e em dias de jogos do Brasil a Fan Fest, com estrutura montada na praia da Ponta Negra, com mais de 30 mil torcedor por jogo. Além disso, o povo de Manaus se esforçou para vencer a barreira do idioma e agradou os turistas estrangeiros. Pesquisas realizadas pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos de Manaus indicaram que o nível de satisfação com a cidade ultrapassou 80%, tanto entre turistas estrangeiros quanto com brasileiros. Destes, 78% afirmam que gostariam de voltar à cidade com mais tempo.
Muitos afim de realizar o chamado turismo de salva, onde são guiados para conhecer a Floresta Amazônica, sua fauna e sua flora. No entanto, na parte urbana da cidade, locais como a própria praia da Ponta Negra, o Teatro Amazonas, no Largo São Sebastião, o Mercado Municipal e o cais do porto são pontos turísticos que encantaram quem vinha a Manaus pela primeira vez.
Pessoalmente, o que mais marcou este repórter, além da oportunidade de cobrir a primeira Copa "in loco", participando das quatro partidas da sede de Manaus e das entrevistas com grandes nomes do futebol mundial, foi o boletim realizado dentro de um barco, exatamente onde o Rio Negro encontra o Solimões, formando o Rio Amazonas. Durante o trajeto, entrem com o boletim diário no Chamada Geral no Encontro das Águas.
Além disso, o reconhecimento da Gaúcha na outra ponta do país chamou a atenção. Seu Walmir, um dos seguranças que ficavam em frente à área de conferência de imprensa, um paranaense que há 20 anos mora em Manaus, sorriu ao ver a canopla do microfone. Apresentou-se e disse ter ouvido que um repórter da Gaúcha estava lá, mas não havia acreditado. Os funcionários brasileiros da HBS, empresa que realiza a transmissão oficial da Fifa, que organizavam a entrada dos jornalistas na sala de coletivas, também "espantados" por uma rádio enviar um repórter para o outro extremo do país, "gravaram" meu rosto e já não mais pediam para inspecionar a credencial (mesmo que ela permanecesse o tempo todo em meu pescoço).
A grande questão pós-Copa é quanto a utilização da Arena Amazônia. Lá, pude comprovar que o futebol local tem pouco apelo junto aos torcedores. Os manauaras preferem clubes do Rio, principalmente o Flamengo. A tendência é que o estádio, que custou mais de R$ 600 milhões, vire um elefante branco. O custo de manutenção da belíssima Arena Amazônia, que apresentou problemas no gramado durante o Mundial, é de meio milhão de reais mensais.
Além disso, dois estádios foram construídos como centro de treinamentos e não foram utilizados pelas seleções na copa. Os estádios do Coroado e da Colina, que juntos custaram R$ 36 milhões ficarão à disposição de clubes locais.