O nome de Dunga como técnico da Seleção Brasileira foi uma surpresa tão grande que é muito difícil fazer qualquer previsão a respeito de seu futuro desempenho. O que set tem como elementos objetivos são suas duas passagens como treinador, uma de bons resultados na própria seleção e outra apenas razoável no Inter. Em ambas conquistou títulos, mas nas duas amargou a derrota no desafio maior.
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Em 2006 ele foi chamado por Ricardo Teixeira para dar cara e espírito brasileiro à Seleção do Brasil. A falta de comprometimento – sua palavra preferida – da equipe da Copa de 2006 foi tão flagrante que o cartola buscou alguém que fosse um símbolo de respeito e valorização da camisa amarela. Teixeira se deu bem. Dunga cumpriu sua missão. Seus bons resultados foram marcados todos pela seriedade do grupo, pela dedicação quase que patriótica de seus comandados.
Voltando agora, pelas mãos de José Maria Marin e de seu amigo Gilmar Rinaldi, o técnico se depara com uma realidade diferente. O grupo deixado por Felipão é patriota por demais. Canta hino, chora, se entrega e discursa pelo País e se reconhece como um símbolo nacional. Desta vez, Dunga não precisará explicar o valor da “amarelinha” . A geração que ficou, tenha ou não jogado o mundial de 2014, sabe o quanto ela vale. O desafio para o “capitão do tetra” agora é outro. É montar e fazer jogar um time que tem uma estrela e muitos coadjuvantes. Agora a missão não é cívica, é tática. O comandante precisará ser estrategista.
Quanto ao humor e as relações humanas, nada a esperar. Até é melhor que não mude muito seu jeito. Que não deixe de ser ele mesmo. Felipão deu uma mudada durante a Copa, oscilou demais o temperamento e deu no que deu. Se houver um trabalho com resultados visíveis e palpáveis dentro do campo, não importa o humor do técnico. O do futebol brasileiro estará bom. E isto é que interessa.