Dois de abril de 2005. A data ficou marcada não apenas pelo título do Finasa/Osasco, de José Roberto Guimarães, em cima do Rexona Ades, de Bernardinho, na Superliga Feminina. Aquele também foi o último embate entre os técnicos campeões em um playoff. Desafetos, eles voltam a se enfrentar nesta terça-feira, quando o Vôlei Amil recebe a Unilever às 21h30, na Arena Amil, em Campinas (SP), no primeiro confronto da semifinal.
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A relação entre os dois está estremecida desde o fim da Olimpíada de 2004, quando Zé Roberto, técnico da Seleção Brasileira feminina, sentiu-se incomodado com o que chamou de "influências externas" do rival em seu trabalho, supostamente envolvendo a levantadora Fernanda Venturini, casada com Bernardinho.
Para Bernardinho, treinador da Seleção masculina e do time da Unilever, é a chance de dar o troco após o último revés em uma fase decisiva. A curiosidade é que, naquela ocasião, o time do Rio de Janeiro havia vencido a equipe de Zé Roberto duas vezes na fase classificatória, mas levou a pior em todos os duelos nos playoffs. Agora, o retrospecto favorável é do tricampeão olímpico. O time de Campinas venceu os dois jogos contra a Unilever na etapa anterior, ambos por 3 a 2.
Para quem tem a oportunidade de trabalhar com os dois treinadores, o discurso é sempre o mesmo. As atletas reconhecem as diferenças de estilos, mas apontam inúmeras qualidades em cada um. Na semifinal, nomes como Fabi, Gabi, Fofão e Juciely, pela equipe carioca, além de Natália e Carol Gattaz, pelo time paulista, são alguns exemplos de quem absorveu ensinamentos dos dois lados.
- São dois caras insatisfeitos por natureza, treinadores que podem ser considerados protagonistas. A presença deles engrandece qualquer confronto e com esta semifinal não será diferente - disse a líbero Fabi, da Unilever, que é treinada por Zé Roberto na Seleção.
Outra atleta que tem o mesmo privilégio é Natália. Desde os 16 anos, quando foi convocada pela primeira vez para a Seleção Brasileira adulta, a ponteira conhece bem o estilo de Zé Roberto. Nas temporadas 2011/2012 e 2012/2013, com as cores da Unilever, ela ouviu ensinamentos preciosos de Bernardinho.
- Eles são os melhores técnicos do mundo. Não tem como comparar. As pessoas acham que o Bernardo é bravo, mas fora da quadra ele é um cavalheiro. Trabalhei mais tempo com o Zé. Ele é um pouco menos estourado. Mas é claro que também fica nervoso em alguns momentos. Aí, sai de baixo (risos) - brincou Natália.